Uma obsessão inglesa: oito parques e jardins para se perder em Londres

Atualizado em 17 de outubro de 2014 às 14:32

Os britânicos são obcecados por seus jardins. Nenhuma cena é mais inglesa que a do sujeito que estica suas canelas ao sol fugidio sentado num banco. John Lennon, em I Am The Walrus, já cantava: “Sitting in an english garden, waiting for the sun”. O príncipe Charles costuma ser ridicularizado por falar com as plantas de sua casa de campo em Gloucester, a Highgrove House. Charles chegou a ganhar uma medalha de honra da Royal Horticultural Society, entregue por sua mãe, a rainha Elizabeth. Entrou num clube concorrido de apenas 63 horticultores por sua “paixão por plantas, jardinagem e o meio ambiente” (dizem que ele conversava mais com suas begônias do que com a ex-mulher, a princesa Diana). Todo ano, os ingleses gastam perto de 6 bilhões de dólares em seus jardins. Os pequenos lotes comunitários na capital chegam a ter listas de espera de até 10 anos para candidatos a cuidar deles.

Não é coincidência, portanto, que os parques e jardins londrinos sejam melhores e mais bem cuidados que… bem, que similares em todo o mundo. Desapropriados da família real, da igreja e de nobres, eles são incríveis, principalmente se você alugar uma das Boris Bikes, as bicicletas de aluguel espalhadas pela cidade. O Diário selecionou oito deles para descomprimir o espírito olímpico e flanar como se não houvesse amanhã.

Chelsea Physic Garden – Um jardim botânico fundado em 1673 com a missão de estudar o papel medicinal das plantas. Você pode comprar algumas, aliás, na lojinha. É um exagero, evidentemente, mas vai quê…

Green Park – Vizinho do palácio de Buckingham. O rei Carlos II costumava passear por aqui no século 17. Ficou popular como lugar de duelos. Pense nisso ao deitar sobre a grama verdinha.

Hampstead Heath – A vista mais bonita de Londres. Do alto da colina, se tem uma panorâmica belíssima. Ray Davies, o cantor dos Kinks, a mais britânica das bandas britânicas, já declarou seu amor pelo parque e pela paisagem de sua cidade. Ali perto fica o cemitério de Highgate, onde Marx está enterrado, e uma coleção de restaurantes e cafés charmosos.

Hyde Park – Henrique VIII caçava nestes bosques. O parque mais central de Londres é repleto de gente andando de patins, de bike, namorando na relva, passeando, fumando cigarro manufaturado. No verão, hospeda os famosos shows (e a famosa lama por causa da famosa chuva). O lago Serpentine tem, às suas margens, um restaurante delicioso. Na entrada do Marble Arch fica o Spearker’s Corner, onde você pode subir num caixote e fazer o seu discurso em nome da sua causa.

Kensington Gardens – Era uma continuação do Hyde, até que o rei Guilherme IV determinou que seriam os jardins do palácio de Kensington. O paisagismo é mais organizado que o do Hyde, com um lago retangular em frente ao palácio. O criador de Peter Pan, JM Barrie, doou uma estátua de seu personagem, que está ao lado do balaço das crianças.

Primrose Hill – Fica numa colina, com lindas vistas do centro de Londres.

Regents Park – Também um antigo local das caçadas reais, tem um canal para velejar, além de quadras de tênis e alvos para a prática de arco e flexa.

St. James Park – no coração do West End, uma de suas entradas dá de cara para o palácio de Buckingham. Era um parque de cervos no século XVI e um jardim no século XVII até ser remodelado pelo arquiteto John Nash, que deixou sua marca na reurbanização de Londres no século XIX. O mais antigo dos parques reais de Londres.