Uma sociedade apática e adormecida não foi capaz de se opor ao massacre. Por Afrânio Silva Jardim

Atualizado em 7 de agosto de 2019 às 8:10
Congresso Nacional – AFP Photo/Pedro Ladeira

Publicado originalmente na fanpage do autor no Facebook

POR AFRÂNIO SILVA JARDIM, professor de Direito da UERJ

UMA SOCIEDADE APÁTICA E ADORMECIDA NÃO É CAPAZ DE SE OPOR AO MASSACRE QUE LHE É IMPOSTO PELO PODER ECONÔMICO.

A CÂMARA DOS DEPUTADOS ESTÁ DEBATENDO AGORA A CHAMADA REFORMA DA PREVIDÊNCIA !!! ONDE ESTÁ O POVO ???

Uma vergonha. Devem aprovar, agora em segundo turno:

Somente após 40 anos de contribuição, o trabalhador brasileiro receberá sua aposentadora “integral” (integral da MÉDIA de todas as suas contribuições).

;Esta reforma não acarretará nenhuma, nenhuma mesmo, melhora para qualquer trabalhador(a) ou funcionário(a) público.
Todos, todos mesmo, estarão perdendo e vão trabalhar mais tempo para receber aposentadoria menor.

Se o povo assiste a tudo isso de forma inerte e indiferente, talvez este povo mereça mesmo todas estas mazelas.

Chega a “doer” pensar que muitos jovens foram torturados e
morreram para que este povo tivesse uma vida digna …

Um povo que abdica de lutar por justiça social é um povo fadado à eterna exploração.

Precisamos de “um novo povo”, pelo qual valha a pena lutar.

Certamente não será nas classes privilegiadas desta nossa sociedade que encontraremos vontade de mudanças substanciais. As classes sociais conservadoras querem conservar seus privilégios …

Vale dizer, enquanto não tivermos um proletariado organizado, consciente e disposto a cessar o processo de exploração a que está submetido, não conseguiremos avançar em prol de uma nova realidade, em prol de uma verdadeira democracia econômica e social.

Só acredito nas necessárias rupturas, no médio prazo, se conseguirmos uma forte e consciente aliança entre estudantes e trabalhadores(as).

Eles pouco têm a perder, mas têm muito a ganhar em um outro modelo de sociedade.

PS do DCM: A Câmara aprovou, nesta madrugada, a reforma da Previdência, por 370 votos contra 124. Em segundo turno.