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União Nacional das Cooperativas da Reforma Agrária é lançada em Luziânia, GO

Encontro Nacional de Cooperativas das Áreas de Reforma Agrária. Foto: Priscila Ramos

Por Lays Furtado

Nesta quinta-feira (25), às 20h, ocorre a assembleia de lançamento da União Nacional das Cooperativas da Reforma Agrária Popular do Brasil (Unicrab), que acontece durante o Encontro Nacional de Cooperativas das Áreas de Reforma Agrária, que está sendo realizado em Luziânia, Goiás.

O lançamento da Unicrab tem como objetivo construir um cooperativismo eficaz no combate à erradicação da fome e da pobreza em todo território nacional, gerando emprego, renda e soluções para promover a dignidade humana e a qualidade de vida. Em uma iniciativa de fortalecimento e representatividade através de entidades e associações que atuam em rede nacional na produção agrícola, com viés agroecológico e sustentável.

A construção da entidade propõe a criação de uma rede permanente que garanta o envolvimento de cooperativas e da própria sociedade civil organizada, representadas pelos povos do campo e da cidade que produzem, acessam e são beneficiários de políticas públicas que promovem a produção agrícola.

A iniciativa inédita é um acúmulo de um processo de amadurecimento histórico e organizativo das cooperativas e associações da Reforma Agrária. Sobre tal experiência, Clarice Rodrigues, da coordenação do setor de produção do MST e integrante da Unicrab, conta que:

“Ao longo da história, avançamos bastante na produção, na agroindustrialização, na comercialização, nas estruturas de financiamento e na organização de nossas cadeias produtivas prioritárias, mas sem uma estrutura organizada e centralizada que auxilie na planificação destes processos e pautas, inclusive da centralidade das informações para tomada de decisão e sustentação de propostas táticas e estratégicas de fato, que alterem a realidade de nossos assentamentos e acampamentos”, explica.

Clarice Rodrigues, da coordenação do setor de produção do MST/Unicrab. Foto: Priscila Ramos

Para isso, as cooperativas da Reforma Agrária Popular que atuam nas cinco regiões do Brasil, de comum acordo e através de suas diretorias respaldadas em assembleias, definiram que para avançar no respectivo campo de atuação torna-se fundamental o surgimento de uma entidade representativa em nível nacional.

Nesse contexto, é criada a União Nacional, enquanto uma entidade que possa dar conta da representação política e institucional, que seja capaz de interferir e incidir em apontamentos e na construção de processos e políticas públicas que fomentem a formação, gestão e capacitação, além de atender eficientemente às demandas de forma coletiva, que é algo que precisa ser materializado de forma urgente.

Reforma Agrária e cooperação para o desenvolvimento do campo

A Unicrab tem o papel de interferir e apontar na construção de novos processos de políticas públicas que possam ser acessadas pelas associações e cooperativas, fomentando a produção de alimentos saudáveis e a vida digna no campo para todas as regiões do Brasil.

E a principal política para o avanço das associações e do cooperativismo é a Reforma Agrária. “Sem Reforma Agrária, nós não vivenciamos, nós não construímos a cooperação e o cooperativismo. Sem Reforma Agrária, nós não temos possibilidade de produzir agroecologicamente”, aponta Clarice.

Produtos da Reforma Agrária Popular. Foto: Priscila Ramos

Além da Reforma Agrária como uma política pública estruturante e urgente e para o desenvolvimento da cooperação, Rodrigues também aponta que é necessário “o acesso ao crédito, à assistência técnica e às máquinas pensadas e direcionadas para a agricultura familiar, para a gente poder, de fato, produzir agroecologicamente, em quantidade necessária para a erradicação da fome e da pobreza no nosso país”, pontua.

Ao falar sobre os desafios que há pela frente a partir da criação dessa União Nacional, a coordenadora aponta que potencializar a produção das mais de 200 cooperativas que já integram a Unicred é o primeiro deles. E para além disso, semear a criação de novas cooperativas também está no horizonte dessa iniciativa.

Onde será necessário fomentar a organização, a formação, qualificação, pesquisa, tecnologias, e a inserção principalmente da juventude e das mulheres para que estejam cada vez mais presentes no fortalecimento do cooperativismo no país.

Originalmente publicado no Movimento Sem Terra
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