
A Unicamp anunciou nesta terça-feira (30) o rompimento do convênio firmado no fim de 2023 com o Technion, Instituto Israelense de Tecnologia. A decisão foi comunicada pelo reitor Paulo Cesar Montagner durante reunião do Conselho Universitário e ocorre após mobilização de estudantes e professores que pediam o fim da parceria.
De acordo com o reitor, a deterioração da situação na Faixa de Gaza e as violações de direitos humanos contra a população palestina levaram a instituição a rescindir unilateralmente o acordo. Montagner afirmou que manter a cooperação seria incompatível com os valores da universidade.
O convênio tinha como objetivo promover intercâmbio de pesquisadores e projetos conjuntos entre as duas instituições, mas não registrou avanços práticos desde sua formalização. Para o reitor, o caráter simbólico da parceria reforçava laços com uma instituição ligada ao setor militar de Israel.

Em moção apresentada no início do mês, o Comitê Unicamp Palestina Livre afirmou que o Technion integra o complexo industrial militar israelense, citando empresas de defesa surgidas dentro da universidade. O grupo destacou ainda que a decisão não se baseia no fato de ser uma instituição israelense, mas sim em razões humanitárias.
Estudantes realizaram protestos no campus pedindo o rompimento do convênio. Segundo eles, o vínculo institucional enfraquecia o posicionamento crítico da Unicamp diante do conflito e não gerava benefícios acadêmicos reais.
Com a decisão, a universidade reforça seu alinhamento a outras instituições internacionais que já romperam parcerias com centros de pesquisa israelenses. O reitor Montagner afirmou que a medida reafirma o compromisso da Unicamp com a defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas.
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