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Universidade Federal da Paraíba tem ato de protesto após estudante ser encontrado morto

Reprodução – Arquivo pessoal

PUBLICADO NO BRASIL DE FATO

No dia 29 de janeiro de 2019 o estudante Clayton Tomaz de Souza, conhecido como Alph, postou um vídeo em uma de suas redes sociais denunciando que estava sendo perseguido pela segurança privada que presta serviço a Universidade Federal da Paraiba (UFPB). Pouco mais de um ano depois seu corpo é encontrado com perfurações em Gramame, João Pessoa, depois de ter sido dado como desaparecido por mais de uma semana.

O estudante era uma das vozes mais ativas do movimento estudantil da universidade e várias vezes denunciou a amigos e nas redes sociais, perseguições que sofria por parte dos seguranças. “O fato é que a minha vida está em risco em galera. Qualquer hora dessas esses caras dão cabo de mim”, disse o estudante em uma rede social.

Desde o dia seis de fevereiro que Alph era dado como desaparecido. Foi no dia 8 que seu corpo foi encontrado pela Polícia e apenas ontem a família, que mora em Arcoverde, Pernambuco, pode reconhecer o corpo. Em sua última postagem, no dia 5 de fevereiro ele escreveu ‘tudo tem q acabar’.

O sentimento de indignação tomou conta dos estudantes e militantes da cidade e várias postagens em homenagem e pedindo justiça foram compartilhadas. O DCE da UFPB publicou uma nota lamentando o ocorrido.
“O DCE UFPB lamenta a morte do estudante de filosofia Alph Tomaz, ex coordenador geral de nossa entidade na gestão “Pra Frente” nos anos de 2016/2017.

Sendo também presidente do Centro Acadêmico de Filosofia por três anos. Alph foi conselheiro estudantil do CONSUNI (Conselho Superior Universitário) por dois anos, e membro estudantil na comissão da revisão estatutária da UFPB (ESTATUINTE) pelo CCHLA.

As diferenças políticas nesse momento são insignificantes, pelo tamanho da perda do Movimento Estudantil da UFPB no dia de hoje, desejamos conforto aos familiares e amigos/as. Quando um/a estudante morre todos/as nós sofremos, pois é a interrupção de sonhos e metas comuns a todos/as nós estudantes que fazemos parte da UFPB”.

Segundo SaintClair Avelar, superintendente de segurança da UFPB não cabe a instituição se pronunciar e sim acompanhar a investigação da polícia. “A administração lamenta profundamente a morte violenta de um estudante universitário. Mas nós não podemos e nem temos nenhum tipo de declaração a dar enquanto a policia não concluir as investigações.

Essa história de dizer ‘estava sendo ameaçado pelos seguranças não existe um boletim de ocorrência feito por esse estudante ou qualquer outro relatando esse tipo de ameaça. A segurança da UFPB é feita pra proteger o patrimônio da instituição”.

Não é o que diversos vídeos que passaram a circular nas redes sociais mostram. Relatos de seguranças armados e agindo de forma truculenta passaram a ser compartilhados depois da revelação da morte de Alph e suas denúncias de perseguição.

Não conseguimos contato com a empresa Interforte, responsável pela segurança no Campus I da UFPB. Também não conseguimos falar com o delegado Paulo Josafá, responsável pelas investigações.
Nesta terça, às 19 horas, na praça da Alegria – UFPB, amigos prestarão uma homenagem em um ato intitulato ‘pela memória de Alph #JustiçaporALph’, na UFPB.

Diario do Centro do Mundo

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