
A Universidade de São Paulo (USP) perdeu a liderança do ranking QS 2026 de melhores universidades da América Latina e Caribe. Após dois anos consecutivos no topo, a instituição caiu para o segundo lugar, ficando atrás da Pontifícia Universidade Católica do Chile (UC), que reassumiu a primeira posição.
O levantamento foi divulgado nesta quarta (1º) e aponta mudanças na disputa acadêmica regional. Apesar da queda da USP, o Brasil manteve presença expressiva entre as dez primeiras. A Unicamp ocupa o terceiro lugar e a UFRJ aparece em quinto, ambas mantendo suas posições em relação ao ano passado.
Já a Unesp subiu no ranking e agora divide a sexta colocação com a Universidade do Chile. O país continua como o mais representado no levantamento, com 130 instituições, quase o dobro de México e Colômbia, que aparecem com 67 cada.
De acordo com Ben Sowter, vice-presidente sênior da QS, o alto número de universidades brasileiras no ranking reflete a força da pesquisa acadêmica e o papel do país no futuro do ensino superior na região. Ele destacou os avanços em inclusão e acesso, mesmo diante de dificuldades como taxas de conclusão de cursos e qualidade de ensino.

Nos critérios específicos, o Brasil também teve destaque. A USP segue líder em Artigos por Docente (PPF) e Rede Internacional de Pesquisa (IRN), indicadores que medem produtividade e colaboração. Outras universidades brasileiras se destacaram em reputação acadêmica, com USP, Unicamp e UFRJ entre as dez melhores nesse quesito.
A QS apontou ainda a importância de programas como os da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) no fortalecimento da cooperação internacional. Segundo Sowter, iniciativas que ligam parcerias Norte-Sul e Sul-Sul ajudam o Brasil a atrair talentos e reforçar seu papel global na produção de conhecimento.
O ranking mostra que o Brasil também enfrentou recuos. Entre as instituições listadas, 41% caíram de posição, 29% subiram e 30% permaneceram estáveis. Ainda assim, o país teve a menor queda percentual entre os 16 que registraram recuo, com variação de -11%.
A 15ª edição do ranking QS avaliou critérios como formação docente, produção científica, pesquisa, citações por artigo e reputação entre empregadores. A presença de universidades brasileiras nas primeiras colocações mantém o país como um dos principais polos acadêmicos da região.
Top 10 universidades segundo o ranking QS 2026
- 1 – Pontifícia Universidade Católica do Chile (UC) – Chile: retomou a liderança após dois anos.
- 2 – Universidade de São Paulo (USP) – Brasil: caiu para o segundo lugar, mas segue referência em pesquisa.
- 3 – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Brasil: manteve a terceira colocação.
- 4 – Tecnológico de Monterrey – México: consolidado em quarto lugar, forte em inovação.
- 5 – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Brasil: permaneceu em quinto.
- = 6 – Unesp – Brasil: subiu duas posições em relação ao ano anterior e entrou no top 6.
- = 6 – Universidade do Chile – Chile: também avançou, ficando empatada com a Unesp.
- 8 – Universidade dos Andes – Colômbia: referência na região andina, ficou em oitavo.
- 9 – Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) – México: segue entre as dez melhores da região.
- 10 – Universidade de Buenos Aires (UBA) – Argentina: fecha o ranking, com forte tradição acadêmica.