Vacinas deixadas por Bolsonaro prestes a vencer são queimadas e causam prejuízo de mais de R$ 1 bilhão

Atualizado em 22 de dezembro de 2023 às 10:29
Bolsonaro com uma caixa de cloroquina. Foto: reprodução

O Brasil teve um prejuízo de R$ 1,4 bilhão em vacinas contra a Covid-19 desde 2021. Mais de 39 milhões de doses vencidas foram incineradas, de acordo com dados do governo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está investigando a incineração de insumos médicos para apurar possíveis casos de improbidade administrativa, quando agentes públicos geram prejuízos aos cofres públicos.

Especialistas consultados pelo G1 apontam que o desperdício é consequência da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atrasou a aquisição e distribuição das doses. O ex-capitão, inclusive, promoveu uma campanha antivacina, recusou-se a se imunizar e disseminou desinformação, associando a vacina da Covid-19 à Aids.

Além disso, a CPI da Covid, que investigou as ações do governo Bolsonaro durante a pandemia, solicitou o indiciamento do ex-chefe do Executivo por 9 crimes.

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Bolsonaro ao lado do mascote Zé Gotinha. Foto: reprodução

Vale destacar que o volume de vacinas incineradas representa quase 5% do total adquirido pelo país, superando o índice aceitável de descarte de medicamentos vencidos, que é de até 3%, conforme logísticos da área da saúde.

As primeiras doses foram incineradas em 2021, quando se iniciou a vacinação no país, mas o número aumentou significativamente em 2022, durante a gestão de Bolsonaro. O atual governo, liderado por Lula, enfrentou mais lotes vencidos, resultando no montante bilionário.

O Ministério da Saúde atual alega que herdou um estoque de mais de 157,9 milhões de itens médicos vencidos até julho, equivalendo a R$ 1,2 bilhão, e estabeleceu um comitê para monitorar e reduzir perdas.

A assessoria de Bolsonaro, por sua vez, declarou que o ex-presidente não tinha influência no descarte das vacinas, concedendo “autonomia plena aos ministros”.

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