“Vai entregar a eleição pro Lula”, diz líder do Centrão sobre candidatura de Flávio

Atualizado em 5 de dezembro de 2025 às 17:47
Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade. Foto: Divulgação

A escolha de Jair Bolsonaro de nomear seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, como candidato à presidência nas eleições de 2026 tem gerado uma série de reações no cenário político brasileiro. Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, foi um dos primeiros a reagir à decisão com ceticismo. Para o deputado, que também é relator do projeto de lei da dosimetria (ex-anistia) na Câmara, a candidatura de Flávio tem poucas chances de se viabilizar.

Em sua análise, Paulinho afirmou que “se o Flávio for o candidato, vai ficar isolado na extrema-direita. É entregar a eleição para o Lula, deve ter combinado com ele. Está fazendo o jogo do PT”.

O anúncio de Bolsonaro de que seu filho seria o candidato do PL à presidência não apenas gerou críticas externas, mas também criou um ambiente de tensões dentro da própria família Bolsonaro. Aliados da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, especialmente, demonstraram resistência à decisão.

Essa resistência interna ficou ainda mais evidente quando o diretório do PL no Ceará anunciou apoio a Ciro Gomes, gerando críticas de Michelle e aprofundando a crise no clã Bolsonaro. O apoio a ele por parte de um diretório estadual também revelou a fragilidade do apoio político à candidatura de Flávio.

Jair Bolsonaro ao lado do filho Flávio Bolsonaro. Foto: Divulgação

Além das divisões internas dentro da família Bolsonaro, a decisão de lançar Flávio à presidência também provocou reações adversas de integrantes do Centrão. Líderes de partidos como União Brasil, PP, Republicanos e PSD têm manifestado críticas à ideia de uma candidatura vinculada diretamente ao sobrenome Bolsonaro.

A associação ao bolsonarismo é vista como um fator de rejeição significativo por essas lideranças. Segundo fontes ouvidas pelo jornal ‘O Globo’, a candidatura de Flávio não oferece alternativas satisfatórias para o Centrão, o que deixa o grupo sem uma opção clara para apoiar nas eleições de 2026.

Diante disso, a estratégia mais viável para muitos desses partidos seria adotar uma postura de neutralidade nas eleições presidenciais de 2026. Focar em aumentar a representação nas casas legislativas, como a Câmara dos Deputados e o Senado, se apresenta como uma opção mais atraente.

Isso permitiria aos partidos se fortalecerem no campo político sem se envolver diretamente na disputa presidencial, que, para muitos, parece sem uma candidatura sólida capaz de conquistar uma base ampla de eleitores.

 

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.