As investigações sobre as ameaças de morte contra o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, avançaram nesta segunda-feira (25) com a prisão de um suspeito em Pernambuco. O homem é apontado pela Polícia de São Paulo como autor de e-mails enviados ao influenciador, que ganhou projeção nacional após denunciar o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores de idade em conteúdos digitais.
A detenção ocorreu pouco mais de uma semana depois de a Justiça autorizar a quebra de sigilo do internauta a pedido da defesa de Felca. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o Google entregasse, em até 24 horas, os dados de acesso vinculados à conta de e-mail usada para as ameaças, incluindo IPs, portas lógicas e dados cadastrais. Em caso de descumprimento, a multa diária foi fixada em R$ 2 mil, podendo alcançar R$ 100 mil.
As mensagens que motivaram a investigação foram enviadas na madrugada e manhã do dia 16 de agosto, logo após a publicação do vídeo de denúncia contra Hytalo Santos.
Em um dos e-mails, o homem escreveu: “Você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos. Você tá enganado, vai ferrar muito sua vida. Prepara pra morrer. Você vai pagar com a sua vida”. Horas depois, outra mensagem reforçava a ameaça, mostrando que o caso tinha caráter de intimidação direta.
Segundo o juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho, responsável pela liminar de 17 de agosto, havia urgência na medida. “A decisão foi concedida em apenas 29 minutos após o protocolo. Agora, encaminharemos ao Google, que deverá afastar o sigilo e fornecer os dados telemáticos no prazo de 24 horas”, afirmou o advogado do influenciador, João de Senzi, ao comemorar a resposta rápida do Judiciário.
Esse não é o primeiro processo movido pela defesa de Felca para identificar autores de ataques virtuais. Em novembro de 2024, a Justiça já havia autorizado a quebra de sigilo de três perfis no X. Em janeiro de 2025, uma decisão permitiu que operadoras de telefonia entregassem dados de IP de usuários envolvidos em difamações contra o youtuber. Em agosto deste ano, o TJ-SP determinou a quebra de sigilo de 233 contas que espalharam falsas acusações de pedofilia contra ele.
A estratégia, segundo a defesa, é reunir todos os registros em um único boletim de ocorrência para agilizar a responsabilização dos envolvidos.
“É natural que haja reação quando se expõe um tema tão grave, mas estamos tomando todas as medidas cabíveis para proteger a integridade dele”, disse João de Senzi. Felca, que já anda com seguranças e carro blindado, relata receber centenas de ataques diariamente.