Vaiado em reunião de tucanos, Doria cogita apagar fotos com Bolsonaro das redes. Por José Cássio

Atualizado em 30 de julho de 2019 às 17:47
Foi o capitão cometer um deslize para o gestor correr e fingir que não é com ele

No PSDB ninguém ousa comentar abertamente mas João Doria foi vaiado pela militância em reunião do diretório estadual.

É que, ao contrário de outros caciques, o governador adotou uma tática para evitar o beija mão: mandou descolar uma alternativa na sede da rua Estados Unidos para entrar “pela porta dos fundos”.

No encontro de julho, quando foram apresentados novos filiados, Doria foi vaiado assim que apareceu de banho tomado e pronto para iniciar a reunião sem que ninguém percebesse – os mais atentos juram que Bruno Covas, que estava ao lado, riu de canto de boca.

Outro assunto que não sai da boca da militância é Bolsonaro, o traído da vez pelo gestor.

Sentindo que o presidente está mais sujo que pau de galinheiro após a mentira que contou sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz dos porões da ditadura, o idealizador e principal beneficiário do BolsoDoria – dobradinha que infringiu o código de ética do PSDB na eleição passada – agora diz que “nunca teve alinhamento” com o capitão da reserva.

A justificativa dada em entrevista à CBN teve requintes de criatividade, quando Doria se apressou em dizer que Bolsonaro “só se manifestou enfaticamente a favor da ditadura depois de eleito”.

Em tom jocoso, militantes dizem que agora só falta fazer como Luciano Huck e mandar a assessoria apagar das redes as fotos em que aparece abraçado ao capitão que desde o século passado já exaltava como um de seus principais ídolos o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.