Vaias, calor intenso e briga por pulseiras: os bastidores do ato de Bolsonaro

Atualizado em 22 de abril de 2024 às 17:19
Cláudio Castro ao lado de Jair Bolsonaro e Michelle — Foto: Mauro Pimentel/AFP

No último domingo, a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi o cenário de uma manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL), que reuniu quase 33 mil apoiadores do ex-presidente, de acordo com o grupo de pesquisa “Monitor do debate político” da USP.

Durante o pronunciamento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, algumas figuras da política fluminense foram citadas, incluindo o senador Romário (PL), que, mesmo ausente, foi vaiado pelo público. “O PL mais forte do Brasil é no Rio de Janeiro, Bolsonaro vota no Rio de Janeiro, Michelle, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro. Romário, esse grande jogador”, disse Valdemar.

A reação negativa está relacionada à postura do ex-jogador no Congresso Nacional, nem sempre alinhada ao núcleo duro do bolsonarismo.

A presença de autoridades na manifestação também foi marcada por tumultos, especialmente na barreira montada para credenciamento de autoridades, onde faltaram pulseiras.

O calor intenso acabou encurtando o evento, que teve início formal por volta das 10h e conclusão por volta das 12h30, após o discurso de Bolsonaro. O ato contou com discursos de diversas personalidades da extrema-direita, incluindo o próprio Bolsonaro, sua esposa Michelle Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, entre outros.

Embora estivessem inicialmente previstos 12 discursos, apenas sete foram realizados, devido às condições climáticas adversas. Segundo Malafaia, principal organizador do evento, a decisão de encerrar mais cedo partiu de Bolsonaro, diante do calor intenso e pessoas passando mal.

Entre os “vetados”, estavam o “filho 01”, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e os senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Rogério marinho (PL-RN).

Entre os nomes lembrados durante a manifestação, destaca-se o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que tem feito ataques frequentes ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em sua homenagem, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) fez um discurso em inglês e Nikolas Ferreira (PL-MG) pediu aplausos ao bilionário.

Nos bastidores do encontro, chamou atenção a estratégia adotada para evitar o contato entre investigados por investidas antidemocráticas.

Por determinação de Moraes, o general Walter Braga Netto, Bolsonaro e o dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, estão proibidos de manter qualquer tipo de contato. Braga Netto, que já reside no Rio, passou pelo local antes mesmo do início formal do evento, enquanto Bolsonaro e Valdemar optaram por se hospedar em hotéis diferentes para evitar qualquer risco de contato.

Os únicos governadores presentes foram Cláudio Castro (PL), do Rio, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Destacou-se também a ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que recebeu elogios de Bolsonaro durante o evento.

“Quem é Tarcísio de freitas? Um jovem militar formado na mesma academia que a minha, a das Agulhas Negras. E o Tarcísio de Freitas carioca, torcendo para o Flamengo, se candidatou em São Paulo e ganhou”, disse o ex-presidente.

Apesar de Alexandre Ramagem, pré-candidato do PL à prefeitura do Rio, ter subido ao palanque ao lado de Bolsonaro, sua participação foi limitada para evitar problemas legais. Ramagem é investigado por espionagem ilegal enquanto chefiava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo Bolsonaro.

Segundo o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos organizadores do evento, a decisão foi tomada por advogados eleitorais para evitar possíveis acusações de campanha antecipada.

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