Valdemar abandona Bolsonaro e diz que foi pressionado a questionar urnas

Atualizado em 15 de março de 2024 às 14:15
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, abandonou o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou à Polícia Federal que não concorda com seus ataques ao sistema eleitoral. Em depoimento, ele ainda relatou que foi pressionado pelo então mandatário e seus aliados para contestar o resultado das eleições de 2022 na Justiça.

“Respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso”, diz trecho do depoimento de Valdemar.

Seu partido ajuizou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após o segundo turno da disputa e questionou o funcionamento das urnas, dizendo que Bolsonaro teria recebido mais votos nos aparelhos mais recentes e Lula, nos mais antigos.

Valdemar diz que foi pressionado por bolsonaristas a acionar o TSE após o vazamento de um relatório, feito pelo IVL (Instituto Voto Legal) e contratado pelo partido, que apontava supostas fragilidades na segurança das urnas.

“Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu que quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, diz o depoimento de Valdemar.

Valdemar durante coletiva em que apresentou resultado de suposta auditoria que apontava “mau funcionamento” das urnas. Foto: Reprodução

A ação do partido foi rejeitada por Alexandre de Moraes, presidente do TSE, que entendeu que a Justiça foi acionada de forma desonesta e condenou o partido por litigância de má-fé. A sigla ainda foi multada em R$ 22,9 milhões na ocasião.

Segundo o magistrado, o PL acionou o tribunal de forma mal-intencionada, já que contestou apenas o resultado do segundo turno das eleições e não citou a primeira etapa, o que poderia afetar os resultados de deputados estaduais e federais, senadores e governadores eleitos em todo o país.

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