Valdemar ameaça “parar” Congresso se anistia não avançar: “Não temos outra arma”

Atualizado em 9 de setembro de 2025 às 14:38
Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto durante evento do PL Mulher em São Paulo, em maio de 2023. Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que seu partido vai “parar” o Congresso Nacional caso a proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe não seja votada. Em entrevista à Rádio Eldorado nesta terça (9), o dirigente declarou ter maioria para aprovar a medida e reforçou que ela precisa ser “ampla, geral e irrestrita”.

“Se não votarem a anistia, nós vamos parar o Congresso. Hoje temos maioria para isso. Não queríamos dar prejuízo ao país, evidentemente que não, mas nós vamos ter que parar, porque nós não temos outra arma, e nós temos que fazer alguma coisa”, disse Valdemar.

Questionado sobre uma eventual flexibilização do texto, já que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), rejeita a anistia irrestrita, Valdemar foi categórico ao descartar concessões. Ele também evitou se posicionar diretamente sobre as críticas feitas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chamou Alexandre de Moraes de “tirano”.

“Meu advogado me orientou a não atacar nenhum ministro do Supremo e ele tem razão nisso, nós temos que respeitar o Supremo, mas é uma loucura o que está acontecendo”, declarou. Para o cacique do PL, a fala de Tarcísio foi “natural” diante do ambiente político.

Deputados bolsonaristas durante motim na Câmara, em agosto. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Valdemar também comentou a bandeira dos Estados Unidos estendida por manifestantes na avenida Paulista no 7 de Setembro. O gesto foi criticado pelo pastor Silas Malafaia, que insinuou tratar-se de “armação da esquerda”. O presidente do PL, no entanto, comemorou a cena.

“[Não foi um erro], pelo contrário, porque nós temos esperança de que o Trump possa ajudar o Bolsonaro. Adorei quando vi a bandeira americana na rua. Por quê? Isso vai chegar para o Trump, para ele ver que o povo brasileiro não é contra os americanos, que nós os queremos do nosso lado, e precisamos dele hoje, porque não temos a quem recorrer”, acrescentou.

Sobre as eleições de 2026, Valdemar afirmou que a prioridade é garantir a anistia para tornar Bolsonaro novamente elegível. Mesmo assim, ressaltou que, caso o ex-presidente não possa concorrer, caberá a ele próprio definir um substituto e indicar o vice.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.