O documentário “8/1 – A democracia resiste” estreou na GloboNews no último domingo (7), com uma prévia exibida no Fantástico, mostrando momentos de tensão entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Exército.
Dirigido por Julia Duailibi e Rafael Norton, o filme retrata a retomada do controle pelo governo, com imagens e depoimentos exclusivos das negociações tensas nos bastidores.
Em uma cena, o general José César Arruda, comandante do Exército, convoca ministros e o interventor Ricardo Capelli para uma reunião no Comando Militar do Planalto, abordando a questão da prisão dos vândalos.
“Digo pro comandante: ‘Vamos cumprir o que a lei manda’. E aí ele diz: ‘Não, não vão’. A imensa maioria das Forças Armadas no dia 8 de janeiro foi legalista. Chegamos depois de um longo diálogo a um ponto de mediação. E nós fizemos o acordo de prender às seis horas da manhã”, disse Flávio Dino.
Em outro momento, o interventor Ricardo Capelli argumenta com Arruda sobre a possibilidade de prisão dos envolvidos, e recebe uma resposta negativa.
“Passei a argumentar com o general Arruda sobre a necessidade de imediatamente desmontar o acampamento e prender todos que estavam ali. E eu fiz a afirmação e falei pra ele: ‘O senhor concorda, general?’. Aí ele falou: ‘Não'”, afirmou, em entrevista exclusiva ao documentário.
Diante da proporção do problema, Lula ligou para Gonçalves Dias e ordenou a retirada dos manifestantes do Palácio. Embora existisse o protocolo de defesa do Palácio do Planalto chamado “Plano Escudo”, criado para situações de emergência, até então não tinha sido acionado para conter os invasores.
Naquele momento, alguns militares defenderam a necessidade da GLO para retomar a situação, permitindo a entrada do exército. No entanto, conforme relatado pelo petista, foi Janja quem vetou a GLO.
“Inclusive foi a Janja que invalidou: ‘Não aceita a GLO porque GLO é tudo que eles querem. É tomar conta do governo’. Se eu dou autoridade pra eles, eu tinha entregado o poder pra eles”, diz Lula. “Eu tomei a decisão, falei pro Flávio Dino: ‘Vamos fazer o que tiver que fazer, não tem GLO'”.
O presidente optou então pela intervenção na segurança do Distrito Federal, liderada por Flávio Dino.
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