O DCM entrevistou Miguel Nicolelis, médico e cientista brasileiro, considerado um dos vinte maiores nomes no campo da neurociência mundial e que vem promovendo avanços notáveis na recuperação do movimento em pessoas com paralisia.
Nicolelis falou sobre a epidemia de COVID e negou a tese levantada por alguns médicos de que a variante ômicron marcaria o início do fim da pandemia, dado seu alto poder de disseminação e baixa gravidade.
Segundo o cientista, os maiores infectologistas do mundo já criaram um consenso de que essa hipótese não faz sentido e que é impossível prever como um o vírus pode se desenvolver.
“Do ponto de vista darwiniano, não dá para antecipar as mutações de um vírus, já que elas são aleatórias e obedecem apenas às pressões seletivas que ele encontra no caminho. O Ebola, por exemplo, não se tornou menos letal com as variações que foram surgindo desde sua detecção”, disse.
De acordo com Nicolelis, a ômicron também não pode ser considerada “leve”, já que ela produziu 3 milhões de casos em todo o mundo dentro de uma janela de apenas 24 horas.
Ele reforça ainda a necessidade de se vacinar tanto contra a Covid quanto contra a gripe e seguir respeitando as normas de distanciamento social, o uso de máscaras e a higiene das mãos.