Vaza Jato: procuradora que acusou Moro de antiético é a que insinuou que ministros do STF ganham para proteger políticos

Atualizado em 29 de junho de 2019 às 8:27
A procuradora Monique Cheker

A procuradora Monique Cheker aparece nos novos diálogos revelados pelo Intercept criticando pesadamente o então juiz Sergio Moro.

“Moro viola sempre os sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, diz ela, que o acusa de “inquisitivo”, entre outros qualificativos.

“E essa fama do Moro é antiga. Desde que eu estava no Paraná, em 2008, ele já atuava assim. Alguns colegas do MPF do PR diziam que gostavam da pro atividade dele, que inclusive aprendiam com isso.”

Nas últimas semanas, Monique vinha elogiando o agora ministro e batendo no Intercept, provavelmente sabedora que suas conversas viriam à tona.

“Querem criar intrigas internas. Expor profissionais excelentes. Esse é objetivo dos falsos diálogos de “interesse público”. Quanta mediocridade humana”, disse no último dia 20.

Recentemente, o Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou a penalidade de advertência contra ela por descumprimento do dever funcional de manter decoro pessoal.

Uma postagem imputava a algumas autoridades, sem qualquer prova, o recebimento de vantagem indevida para atender interesses de terceiros, que é crime de corrupção passiva.

No ano passado, ela insinuou que ministros do Supremo Tribunal Federal ganham dinheiro de forma ilegal para beneficiar políticos.

“Não há limite. Vamos pensar: os caras são vitalícios, nunca serão responsabilizados via STF ou via Congresso e ganharão todos os meses o mesmo subsídio. Sem contar o que ganham por fora com os companheiros que beneficiam. Para quê ter vergonha na cara?”, questionou.