Vazamento de documentos mostra que EUA viram proposta de Lula como favorável à Rússia

Atualizado em 12 de abril de 2023 às 8:41
Guerra da Ucrânia com a Rússia
Guerra da Ucrânia com a Rússia. Foto: Reprodução

De acordo com o jornalista Jamil Chade, do UOL, documentos vazados do Pentágono demonstraram que Vladimir Putin viu a proposta brasileira da criação de um grupo de negociação para discutir a guerra com a Ucrância como uma forma de diminuir a pressão do Ocidente contra a Rússia.

Os documentos foram tornados públicos nas redes sociais, sem a identificação dos responsáveis pelo vazamento. A inteligência americana reconheceu a veracidade de alguns dos papéis.

Uma das revelações fazia referência à proposta formulada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo a criação de um grupo que facilitaria o diálogo entre os países que não participam da guerra que envolve o Kremlin e a Ucrânia. Na avaliação americana, Moscou usaria essa ideia a seu favor.

A diplomacia russa sinalizou a disposição de levar a ideia de Lula em consideração. O plano “para criar um clube de mediadores supostamente neutros para dar com a guerra na Ucrânia rejeitaria o paradigma do Ocidente de agressor-vitima”.

A posição de Lula em relação ao conflito, que equipara Rússia e Ucrânia, assustou as potências ocidentais. Há duas semanas o Brasil, juntamente com a China e a própria Rússia, apoiou a criação de um grupo de investigação na ONU para apurar as explosões de gasodutos no mar do Norte.

A proposta de criação desse grupo não foi bem vista pelos americanos. A Casa Branca entende que qualquer iniciativa nesse sentido só poderia ser tomadas por países que entendam a Rússia como violadora da Carta das Nações Unidas. Nesse sentido, a visita de Lula foi um trunfo para Biden, uma vez que o brasileiro assinou um documento conjunto no qual condenava a agressão do país de Putin.

Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva durante visita do petista aos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Outro documento vazado dava conta de uma comitiva brasileira de alto escalão vianajdo para Moscou na primeira quinzena de abril. De fato, Celso Amorim reuniu-se com o chanceler russo Sergei Lavrov, que por sua vez virá ao Brasil no próximo dia 17.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link