
A Polícia Federal divulgou nesta sexta-feira (18) fotos do dinheiro vivo apreendido na residência de Jair Bolsonaro, em Brasília, durante a operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foram recolhidos US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie, valor equivalente a cerca de R$ 77 mil na cotação atual. A operação também alcançou endereços ligados ao Partido Liberal, legenda do ex-presidente.
Além do dinheiro, a PF encontrou um pen drive escondido no banheiro da casa. O dispositivo foi encaminhado para o laboratório de perícia da Polícia Federal, onde o conteúdo será analisado. O material permanece sob sigilo, alimentando a expectativa sobre o que pode ser revelado sobre os movimentos do ex-presidente e de seus aliados nas investigações sobre tentativa de golpe de Estado.
Em declarações à imprensa, Bolsonaro tentou se desvincular do pen drive, afirmando que “nunca abriu um pen drive na vida”. O ex-presidente também declarou que os dólares encontrados têm registro do Banco do Brasil e negou que estivesse tentando ocultar valores ou informações. Ele ainda não esclareceu a origem do dinheiro apreendido em sua casa.

Policiais federais relataram que Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro demonstraram nervosismo durante a operação. O casal dormia quando os agentes chegaram e, segundo os relatos, se mostrou visivelmente incomodado com a ação policial. As imagens das apreensões e o relato dos policiais reforçam o cerco jurídico ao ex-presidente.
A decisão que autorizou a operação foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também determinou medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso de redes sociais e de contato com outros investigados, incluindo o filho Eduardo Bolsonaro. Moraes justificou as medidas ao apontar risco de fuga e tentativa de obstrução de Justiça.
As investigações seguem em curso sob a supervisão do Supremo, que já formou maioria para manter as medidas restritivas contra Bolsonaro. O caso ocorre em meio a tensões diplomáticas com os Estados Unidos, após o tarifaço anunciado por Donald Trump e o aumento da pressão internacional sobre o Judiciário brasileiro.