Veja todos os indícios de que Trump planeja derrubar Maduro na Venezuela

Atualizado em 16 de outubro de 2025 às 9:51
Donald Trump e Nicolás Maduro. Foto: reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na quarta-feira (15) que autorizou operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) na Venezuela. A declaração foi interpretada como mais um passo na estratégia americana de derrubar Nicolás Maduro.

Desde agosto, os Estados Unidos têm reforçado sua presença militar no sul do Caribe, com o envio de oito navios de guerra e um submarino nuclear para uma área próxima à costa venezuelana. As embarcações transportam armamentos pesados e centenas de militares.

Washington afirma que as operações visam combater o tráfico internacional de drogas, mas o governo de Maduro alega que se trata de ações ilegais de provocação militar.

Os EUA acusam o presidente venezuelano de chefiar o Cartel de los Soles, considerado uma organização narcoterrorista, e o Departamento de Justiça americano chegou a oferecer uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão.

Em setembro, fontes da Casa Branca já admitiam que o país avaliava um possível ataque direto à Venezuela, com o objetivo de retirar Maduro do poder — plano confirmado agora por Trump.

Operações secretas e provocações

Durante entrevista coletiva, Trump confirmou as informações reveladas pelo New York Times e admitiu ter autorizado a atuação da CIA em território venezuelano.

“Cada barco que destruímos, salvamos 25 mil vidas de americanos. Certamente estamos olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado”, afirmou o presidente.

Na terça-feira (14), bombardeiros B-52 norte-americanos sobrevoaram uma região próxima à Venezuela, o que foi visto como uma mensagem direta de intimidação.

O cientista político Maurício Santoro, do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, acredita que os EUA se preparam para uma grande operação militar.

“O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul”, afirmou Santoro ao g1.

Segundo o pesquisador, as movimentações militares e as operações da CIA indicam que Washington pode mirar alvos estratégicos, tentar capturar líderes chavistas ou estimular uma revolta interna. Ele lembra ainda que o governo americano tem usado uma linguagem de segurança pública, chamando Maduro de “narcoterrorista”, para justificar as ações e preparar o terreno político para uma ofensiva.

O petróleo e a resposta de Maduro

Analistas apontam que os interesses americanos também envolvem o acesso ao petróleo venezuelano, já que o país possui as maiores reservas do mundo, com 302,3 bilhões de barris, segundo o Relatório Mundial de Energia de 2025.

Em reação às declarações de Trump, Nicolás Maduro acusou os EUA de promover “golpes de Estado da CIA” e rejeitou qualquer tentativa de intervenção militar.

“Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas e fracassadas no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e assim por diante”, disse o venezuelano.

O governo de Caracas anunciou que vai denunciar os Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), alegando violação da soberania venezuelana.