Velocidade de transmissão da Covid cresce e bolsonaristas atacam Coronavac. Por Fernando Brito

Atualizado em 12 de janeiro de 2021 às 20:19

Publicado originalmente no blog do autor

Por Fernando Brito

O Boletim do Imperial College de Londres, assinalando um crescimento de mais de 35% no nível de transmissão da Covid-19 no Brasil deveria estar de deixando de cabelo em pé as nossas autoridades sanitárias para que o “Dia D e Hora H” da vacinação aconteçam logo.

O índice de transmissão, identificado pela sigla Rt saltou de 1,04 para 1,41, o que quer dizer que, antes, se 100 pessoas infectadas transmitiam para 104 agora, nas mesmas circunstâncias, repassam o vírus para 140.

Em tese, isso significaria um aumento semelhante no número de infecções, internações e mortes em poucos dias.

Na prática, vai significar exatamente isso. O renomado instituto inglês estima 7.640 mortes na semana começada ontem, o mesmo número que a pior semana já registrada até agora, a de 19 a 25 de julho.

Embora seja suficiente para interromper esta avalanche de mortes e de internações hospitalares, a vacina do Butantã, pelo perfil de testes ultra-severos aplicados em sua fase 3 (apenas pessoas de serviço hospitalar, expostas fortemente ao Sars-Cov2) e pelas inúmeras chicanas antes de apresentar-se o número modesto numa “guerra de eficácia” que tem inconfessáveis objetivos comerciais. sofreu hoje um baque de confiança que vai ajudar o Governo Federal a postergar o início da vacinação, se é que não vão voltar atrás na compra dos imunizantes do Butantan.

A campanha dos bolsonaristas antivacina está exultante e criando a crença de que a vacina é inútil. O chefe deve estar se coçando para dizer o mesmo e talvez o faça.

Estamos cada ver mais num mato sem cachorro, ou sem vacina, porque os dois milhões que viriam da Índia, é claro, vão demorar e, mesmo assim, não se funcionam para uma campanha de vacinação massiva e em todo o nosso território.