Vendedora se mata após perder R$ 100 mil em jogo da Blaze

Atualizado em 3 de janeiro de 2024 às 21:06
Família faz campanha após vendedora se matar devido a perdas financeiras em jogo da Blaze. Foto: Reprodução

Uma vendedora de roupas tirou a própria vida após perder R$ 100 mil no Blaze, plataforma digital de jogos de azar. Ângela Maria Camila da Paz, de 39 anos, foi encontrada morta no dia 12 de dezembro no Ceará. A informação é do Diário do Nordeste.

A família descobriu que Ângela estava viciada em jogos eletrônicos. A cearense gravou áudios afirmando que cometeria suicídio devido a dívidas acumuladas por conto do vício.

A plataforma é popularmente chamada de “jogo do aviãozinho” e consiste em guiar um avião em busca de dinheiro, mas é preciso evitar o “crashed” (“caiu” em tradução livre).

Segundo familiares, Ângela fez dívidas no próprio nome, no da mãe aposentada e de amigas. Como a vendedora era responsável pelas finanças da mãe, nenhum familiar desconfiou do rombo financeiro. As amigas, acostumadas a emprestar quantias para Ângela e ter a dívida paga, também não desconfiaram da situação.

A irmã de Ângela, Jéssica Lobo, que reside em São Paulo, tomou conhecimento da situação após acessar o celular da vendedora. “Eu tive acesso a esses áudios quando eu cheguei. Uns três dias depois do acontecido, eu fui mexer no telefone dela e tive acesso a esses áudios”, relatou.

Questionada se havia uma investigação sobre a causa da morte, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que, por se tratar de um caso de suicídio, “não se pronuncia em respeito à família e à ética profissional”. A família afirmou que a polícia não está investigando a morte de Ângela.

A família relaciona a morte da vendedora aos jogos eletrônicos. Jéssica afirmou que tentou contato no grupo de WhatsApp que a irmã participava, mas ficou com medo e apagou a mensagem. Sem dinheiro, ela disse que não conseguiu contratar advogado para entrar judicialmente contra a empresa.

Jéssica Lobo tem liderado uma campanha para alertar sobre os perigos dos jogos eletrônicos e busca apoio para quitar as dívidas deixadas pela irmã. Ela disse ainda que, desde a morte da Ângela, teve o perfil no Instagram visualizado por influenciadores que divulgam jogos eletrônicos, mas nenhum deles se manifestaram sobre o assunto.

“Eu me senti muito triste com os influenciadores porque não demonstram empatia pelo que aconteceu”, lamentou.

Orientações para Buscar Ajuda em Saúde Mental

Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades emocionais ou psicológicas, existem várias opções de ajuda disponíveis:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Para assistência emocional imediata, o CVV oferece um serviço gratuito e confidencial, disponível 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, chat no site do CVV ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar

Este canal, uma iniciativa do Unicef, é dedicado a adolescentes e jovens entre 13 e 24 anos, oferecendo suporte por meio do WhatsApp. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

Sistema Único de Saúde (SUS)

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do SUS proporcionam cuidados a pacientes com transtornos mentais. Existem unidades especializadas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, há 33 Caps Infantojuvenis. Os endereços das unidades podem ser encontrados neste link.

Mapa da Saúde Mental

Este site apresenta um mapeamento de unidades de saúde e iniciativas gratuitas para atendimento psicológico, tanto presencial quanto online. Também fornece materiais educativos sobre transtornos mentais.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link