Venezuela ameaça revogar licenças e dá 48 horas para companhias retomarem voos

Atualizado em 26 de novembro de 2025 às 6:33
Aeronaves estacionadas no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, na Venezuela – Juan Barreto – 24.nov.25/AFP

O governo da Venezuela deu 48 horas para que companhias aéreas internacionais retomem os voos suspensos nos últimos dias. Segundo fontes do Ministério dos Transportes ouvidas nesta terça-feira (25), as empresas que não normalizarem as operações perderão suas licenças permanentes de funcionamento no país. A medida foi comunicada após reunião entre representantes do governo e das companhias.

A suspensão dos voos ocorreu depois de um alerta emitido pelos Estados Unidos sobre “aumento na atividade militar” na região do Caribe. A recomendação da Administração Federal de Aviação dos EUA orientou aeronaves civis a exercerem cautela ao sobrevoar o espaço aéreo venezuelano, citando riscos à segurança. O alerta levou ao cancelamento temporário das operações.

Entre sábado e segunda-feira (24), sete companhias anunciaram a suspensão das rotas: Iberia, Air Europa, TAP, Avianca, GOL, Latam e Turkish Airlines. Já as empresas venezuelanas Laser e Estelar remarcaram voos programados para Madri, mantendo apenas conexões para outros destinos. Pessoas ligadas ao setor afirmaram que a paralisação deve continuar ao menos até 1º de dezembro.

A Turkish Airlines informou que sua suspensão se estenderá até 28 de novembro. O cenário afeta a movimentação no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, que registrou aeronaves estacionadas e operações interrompidas desde o fim de semana. A determinação do governo venezuelano busca reverter rapidamente a interrupção das ligações internacionais.

Os EUA enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo, acompanhado de navios de guerra e caças em operações antidrogas. O presidente Nicolás Maduro classificou a movimentação como uma “ameaça” destinada a pressionar seu governo. Washington acusa Maduro de comandar o suposto Cartel de Los Soles, que nesta segunda-feira (24) foi classificado pelos EUA como grupo terrorista.

Desde setembro, forças americanas atacaram mais de 20 embarcações apontadas como envolvidas no tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico Oriental, resultando em ao menos 83 mortes. As ações intensificaram tensões e elevaram a preocupação entre empresas aéreas que operam na região, contribuindo para a atual suspensão de voos para a Venezuela.