
O governo da Venezuela anunciou neste domingo (26) a captura de um grupo de supostos “mercenários” ligados à CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. O comunicado foi divulgado em meio à realização de exercícios militares conjuntos entre os EUA e Trinidad e Tobago, na região do Caribe, classificados por Caracas como uma “provocação militar”.
Segundo as autoridades venezuelanas, os detidos fariam parte de uma operação de “falsa bandeira”, em que ações são atribuídas a inimigos para justificar represálias. O governo não detalhou quantas pessoas foram presas nem o local das detenções, mas afirmou que o objetivo seria desestabilizar a segurança regional.
A nota também condenou a chegada do navio de guerra norte-americano USS Gravely a Trinidad e Tobago, observado na manhã deste domingo (26) por jornalistas da AFP em frente a Port of Spain. O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, tem intensificado a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro nas últimas semanas.
🚨URGENTE – Navio de guerra porta-mísseis USS Gravely, dos EUA, chega a Trinidad e Tobago, próximo à Venezuela, junto com unidade de fuzileiros navais pic.twitter.com/qpzuaDKCnI
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) October 26, 2025
A vice-presidente Delcy Rodríguez acusou a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, de ter “renunciado à soberania nacional” ao permitir operações norte-americanas a partir do território do país. Caracas afirmou que a aliança converte Trinidad e Tobago em “um porta-aviões americano para a guerra em todo o Caribe”.

O comunicado ainda responsabiliza o governo trinitário por mortes de pescadores locais, que teriam sido atingidos em ataques a embarcações acusadas pelos EUA de tráfico de drogas. O texto também reforça a posição de que a Venezuela “não aceitará ameaças de nenhum governo vassalo dos Estados Unidos” e manterá suas Forças Armadas “alertas e mobilizadas”.
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A crise diplomática aumenta a tensão no Caribe, num momento em que Washington e Caracas ampliam o tom de confronto. O governo venezuelano reafirmou que continuará “defendendo sua soberania e integridade territorial” diante do que chamou de “provocação militar estrangeira”.