Venezuela: Maduro reaparece após quatro dias e encerra rumores de fuga

Atualizado em 30 de novembro de 2025 às 23:21
Nicolás Maduro reapareceu em público neste domingo (30)

Nicolás Maduro reapareceu em público neste domingo (30) depois de quatro dias sem qualquer aparição oficial, encerrando uma onda de especulações sobre uma possível fuga do país. O presidente da Venezuela participou de um evento anual de premiação de cafés especiais em Miranda, na região metropolitana de Caracas. O sumiço havia alimentado rumores intensos, especialmente diante da escalada de tensão militar com os Estados Unidos.Com informações da CNN Brasil.

Maduro costuma aparecer com frequência na televisão estatal, o que tornou incomum o intervalo de dias sem pronunciamentos ou eventos públicos. A última vez que havia sido visto foi na quarta-feira (26), em um vídeo divulgado em seu canal no Telegram, mostrando-o dirigindo por Caracas. A ausência subsequente, combinada com a mobilização militar americana no Caribe, levantou dúvidas sobre seu paradeiro.

No evento deste domingo, transmitido ao vivo, Maduro entregou medalhas a produtores e degustou diferentes cafés. Durante a cerimônia, evitou mencionar diretamente a crise com os EUA, mas afirmou que a Venezuela é “indestrutível, intocável, imbatível”, frase interpretada como resposta indireta à pressão internacional. O encontro aconteceu diante de uma plateia de produtores rurais.

A aparição ocorre em meio ao envio de mais de uma dúzia de navios de guerra e cerca de 15 mil militares americanos para a região. Washington afirma combater o narcotráfico, enquanto Caracas acredita que se trata de um movimento para forçar a saída de Maduro. Para o governo venezuelano, os bombardeios recentes no Caribe seriam parte dessa estratégia.

Pouco antes do evento, o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou ter conversado por telefone com Maduro. Questionado por jornalistas, a bordo do Air Force One, respondeu: “A resposta é sim”, sem dar detalhes. A ligação, no entanto, não foi comentada pelo governo venezuelano, que evitou tratar do assunto publicamente.]

Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, da Venezuela. Foto: reprodução

Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, também se recusou a comentar a conversa entre Trump e Maduro. Em coletiva neste domingo, ele afirmou que a pauta da entrevista era o anúncio de uma investigação sobre os ataques marítimos dos EUA no Caribe, mantendo a postura reservada do governo sobre a comunicação direta entre os dois presidentes.

A ausência de Maduro ao longo da semana coincidiu com relatórios de movimentações aéreas dos EUA próximos à costa venezuelana. Esses eventos alimentaram teorias de que o presidente teria deixado o país, especialmente diante das pressões internacionais e da situação econômica interna. A reaparição buscou demonstrar normalidade e reforçar a imagem de controle do governo.

O retorno público do líder chavista, no entanto, não dissipou totalmente o clima de incerteza. A crise entre Caracas e Washington permanece sem sinais de arrefecimento, e nem Maduro nem Trump divulgaram informações sobre o teor do telefonema. A próxima semana deve indicar se a tensão militar avança ou se haverá algum movimento diplomático entre os dois países.