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Vereador bolsonarista é expulso de partido após atacar trabalhadores baianos escravizados

O vereador de Caxias do Sul, Sandro Fantinel
Foto: Reprodução

O vereador  bolsonarista Sandro Fantinel (Patriota), de Caxias do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, que fez um discurso preconceituoso na Câmara Municipal questionando a repercussão do caso dos trabalhadores baianos encontrados em condições análogas à escravidão, foi expulso do Patriota nesta quarta-feira (1º).

Segundo o partido, o pronunciamento de Fantinel foi “desrespeitoso e inaceitável” e “está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho”.

Na terça-feira (28), Fantinel usou a tribuna da Câmara de Vereadores para pedir que os produtores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo aos trabalhadores vindos da Bahia.

A maioria dos empregados encontrados em situação de escravidão nas vinícolas de Bento Gonçalves (RS) são baianos. O vereador sugeriu que se dê preferência a pessoas vindas da Argentina, que, segundo ele, seriam “limpas, trabalhadoras e corretas”.

Segundo nota da direção nacional do Patriota, as declarações do vereador “se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante”.

“Esta situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade”, informa o comunicado.

Fantinel disse ao G1 que só falou da Bahia “porque é a Bahia que tá envolvida no processo de Bento Gonçalves” e que “se fosse Santa Catarina, eu teria falado Santa Catarina”. Ele  também afirmou que se arrepende de ter dito que “a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor”.

“A intenção da pauta na tribuna, ontem, era querer transmitir para os agricultores terem um certo cuidado. Porque existem alguns grupos que estão dando golpes usando a questão da analogia à escravidão. […] Quando a gente está no calor da fala, [..] a gente diz palavras que não é o que a gente quer dizer, que não representa a gente”, disse o vereador à RBS TV.

“A única coisa que eu disse dos baianos é que eles gostam só de tocar tambor e ficar na praia né. Se a gente fosse ter essa conversa em um outro momento, a pessoa iria dizer: ‘ah, é verdade. É a cultura deles, não tem nada de mal’. O problema é que entrou em um contexto que foi interpretado como forma de falar mal deles”, acrescentou.

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Beatriz Castro

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Beatriz Castro

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