
A vereadora Roberta Stopa (PT), da cidade de Ourinhos (SP) é alvo de um processo de cassação por conta de uma repostagem de uma terceira pessoa de uma publicação sua protestando pela rejeição de uma proposta apresentada na Câmara de Vereadores em que atua que permitira a atuação de doulas no hospital municipal.
Doulas são profissionais que têm como função acompanhar a gestante durante o período de gravidez, parto e período pós-parto.
Após a rejeição do projeto, muitas apoiadoras marcaram a petista em seu Instagram em postagens protestando contra a casa legislativa. Uma delas marcou a parlamentar em um stories e, em cima do post original, escreveu que a casa é “machista, sexista, preconceituosa e vendida”. É essa a publicação, feita por uma terceira pessoa, que embasa o processo que pode cassar o mandato de Roberta.
O DCM falou com a vereadora:
DCM: Qual o motivo de seu pedido de cassação?
Roberta Stopa: Quando houve a rejeição do nosso projeto de lei que autorizaria a entrada de doulas junto com as gestantes no momento do parto, diversas mulheres favoráveis me marcaram em postagens no Instagram, protestando. A acusação é a de que eu teria repostado especificamente um, que diz que a casa é machista, sexista e misógina.
E de fato houve essa repostagem?
Naquele dia recebi muitos protestos em meu perfil. Não me recordo especificamente deste, mas é algo que jamais escreveria em respeito à Câmara Municipal.
Quem pediu a sua cassação?
O pedido foi apresentado por um assessor do secretário de Turismo da cidade, André Luis Paladino. Ele é presidente do Sindicato dos Eletricitários, afastado da CPFL , para exercer essa função, tem o cargo de Assessor de Secretário na Prefeitura e fez como presidente do Solidariedade em Ourinhos. Ele foi candidato pelo PL a vereador em 2020 mas não se elegeu. Ele é do mesmo grupo político do prefeito [Lucas Pocay (PSD)].

Por que acha que esteja passando por essa situação?
Eu represento um mandato coletivo e sou a única progressista na casa. Das cinco denúncias apresentadas na Comissão de Ética nessa legislatura, apenas a minha foi em frente. A única apresentada contra uma mulher é que a pode reverter em cassação. Além disso, há uma clara retaliação ao meu trabalho de fiscalização e posicionamento contrário à concessão da Superintendência de Água e Esgoto da cidade.
É recente ou já se observou em outros momentos do mandato ?
Não. Pouco depois de assumir o mandato fui desqualificada e ironizada por um Procurador do Município por fazer um curso em Brasília sobre o orçamento [abaixo, o vídeo]. Além disso, a iniciativa do nosso mandato de instituir o “Dia Marielle Franco de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres Negras” vem encontrando muita resistência. A casa teme a má repercussão no caso de rejeitá-la, então fica adiando a votação. Aproveito a oportunidade para pedir para que os progressistas assinem um abaixo-assinado em defesa do único mandato de esquerda de Ourinhos, nesse link.
No vídeo há o embate do procurador do município mencionado pela vereadora: