Vereadora lésbica denuncia colega do PSOL por ataque homofóbico

Atualizado em 8 de julho de 2021 às 9:53
Verônica Lima segura denúncia feita contra vereador. Foto: Reprodução

A vereadora Verônica Lima (PT), de Niterói (RJ), afirma que foi atacada por colega de Câmara dos Vereadores do PSOL.

Ela afirma ter sido vítima de lesbofobia de Paulo Eduardo Gomes.

“Quer ser homem? Então vou te tratar como homem”, teria dito ele durante reunião, antes de avançar para agredi-la fisicamente.

A vereadora relata que já prestou queixa da violência e irá abrir uma representação oficial contra ele.

“Os ataques e a perseguição de Paulo Eduardo Gomes contra mim são constantes nesta Casa Legislativa. O ocorrido hoje é mais um episódio escancarado de violência política contra mulheres e LGBTQIA+”, conta.

“Não quero ser homem! Sou uma parlamentar com diversas produções legislativas que dispõem sobre a violência contra as mulheres e o combate às opressões”, prossegue.

O relato foi publicado pelo Twitter.

Leia na íntegra:

“QUER SER HOMEM? ENTÃO VOU TE TRATAR COMO HOMEM!”

Foi com essas palavras machistas e lesbofóbicas que o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL) me atacou verbalmente durante reunião hoje. Gomes avançou em minha direção e teve que ser contido por nossos colegas da Casa Legislativa.

Estive na delegacia e formalizei a queixa da violência sofrida e também irei abrir uma representação oficial por quebra de decoro parlamentar.

Infelizmente, o desrespeito direcionado a mim pelo parlamentar não começou agora e está se intensificando cada vez mais.

Os ataques e a perseguição de Paulo Eduardo Gomes contra mim são constantes nesta Casa Legislativa. O ocorrido hoje é mais um episódio escancarado de violência política contra mulheres e LGBTQIA+.

Somos constantemente constrangidas, desrespeitadas e intimidadas, mas não recuaremos! É importante se atentar para o fato de que essas formas de opressão ainda são muito recorrentes.

Em 2012, me tornei a primeira mulher negra e LGBT+ eleita para a Câmara de Niterói, e por muitos anos fui a única representante no Parlamento. Tenho uma missão junto ao povo. Não vão me intimidar, nem me calar!

Vou ocupar esse espaço que é meu por direito e exercer meu mandato com todas as prerrogativas.

Quando Paulo Eduardo questionou se “eu queria ser homem” e disse que ia “me tratar como homem”, quis me constranger pela minha orientação sexual.

Não quero ser homem! Sou uma parlamentar com diversas produções legislativas que dispõem sobre a violência contra as mulheres e o combate às opressões.

Quero poder viver com dignidade e liberdade sendo mulher, e desejo que todas nós possamos ter nossos direitos assegurados

Atitudes machistas, lesbofóbicas e intimidatórias como a de Paulo Eduardo têm que ser devidamente responsabilizadas. Não faço isso apenas por mim, mas por todas as mulheres e LGBTQIA+. Tenho orgulho de ser quem sou e exijo respeito!