Vereadora presa por elo com facção movimentou R$ 2 milhões de forma ilegal

Atualizado em 27 de novembro de 2025 às 12:12
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB). Foto: Reprodução

O Ministério Público Eleitoral (MPE) afirmou que a campanha que elegeu a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), em Teresina (PI), movimentou R$ 2 milhões de forma ilegal. A declaração foi feita pelo promotor Mário Alexandre durante o quarto dia da audiência de instrução e julgamento que envolve a parlamentar e outras oito pessoas por corrupção eleitoral e organização criminosa.

Segundo o promotor, fichas apreendidas na Operação Escudo Eleitoral revelaram nomes de eleitores, números de títulos e registros de votos supostamente comprados. O afastamento do sigilo bancário indicou transferências de recursos para contas de eleitores, acompanhadas de anotações e comprovantes de Pix que, segundo o MP, confirmariam os pagamentos.

Mário também apontou que as investigações da Polícia Federal e a denúncia do MPE mostraram que o grupo acusado de financiar a campanha exigia fotos de eleitores nas filas e cabines de votação no dia do pleito municipal para validar o esquema.

Vereadora Tatiana Medeiros chega para o 4° dia de audiência de instrução e julgamento. Foto: Eric Souza/g1

A defesa de Alandilson Cardoso, apontado como “braço financeiro” de facção criminosa, representada pelo advogado Wildes Próspero, negou qualquer envolvimento do cliente com compra de votos e voltou a sustentar que houve “contaminação” das provas, citando o relatório financeiro obtido sem autorização judicial e posteriormente anulado pelo Tribunal de Justiça.

Tatiana foi presa em 3 de abril durante a Operação Escudo Eleitoral, que a apontou como líder de um esquema com participação de uma facção criminosa atuante no estado. Após o afastamento do cargo, o suplente Leondidas Júnior assumiu a vaga na Câmara Municipal.

A vereadora passou por internações enquanto esteve custodiada e, em junho, obteve prisão domiciliar por questões de saúde. Em 10 de outubro, foi solta por liminar após o Tribunal de Justiça anular o relatório financeiro usado como prova, por ter sido obtido sem autorização judicial.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.