Vereadoras ameaçadas de morte em SC recorrem à Polícia Federal

Atualizado em 14 de fevereiro de 2023 às 10:06
Carla Ayres (PT), Maria Tereza Capra (PT), Luciane Carminatti (PT) e Giovanna Mondardo (PCdoB). (Foto: Divulgação)

As vereadoras catarinenses vítimas de ameaças de morte pediram apoio à Superintendência da Polícia Federal. Em audiência articulada nesta semana pela deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e o Movimento Humaniza SC, elas foram recebidas pela Superintendente, delegada Aletea Vega Marona Kunde.

“Foi uma reunião muito positiva, mostrou que a Polícia Federal já está bem ciente da situação, de todas as ameaças que as nossas vereadoras estão enfrentando. Após ouvir os relatos das vítimas, a superintendente nos assegurou que, dentro das atribuições da PF, o caso seguirá sendo acompanhado e medidas, tomadas, se necessárias”, relatou a deputada Luciane.

Pivô do episódio de violência política e de gênero que desencadeou a onda de ameaças, a vereadora Maria Tereza Capra (PT), que teve seu mandato cassado pela Câmara de São Miguel do Oeste (SC), destacou que a busca de apoio na esfera federal é amparada pela inclusão das vereadoras no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) do Ministério dos Direitos Humanos. “Isso nos coloca na condição de contarmos com a PF dentro do estado”, explicou a vereadora cassada de São Miguel do Oeste.

A vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT), justificou a necessidade do pedido de apoio à Polícia Federal. “Essas ameaças não são um fato isolado, embora neste caso pareça orquestrado. Ao longo dos nossos mandatos recebemos esse tipo de ataque de forma recorrente. Então, sim, é necessário.”

Ao sair da audiência, a vereadora de Criciúma, Giovanna Mondardo (PCdoB), disse sair mais tranquila. “Saber que a Polícia Federal, dentro das suas atribuições, está acompanhando o caso, também contribui para que não nos sintamos sozinhas nesse episódio que é crítico para Santa Catarina. Cinco vereadoras ameaçadas de morte e a crescente de células neonazistas no estado nos obriga a ficar alertas, mas saímos mais esperançosas”, concluiu.

Sobre o caso

E-mails com ameaças de morte começaram após as manifestações de solidariedade das colegas parlamentares a Maria Tereza, que teve seu mandato cassado na última sexta-feira (3) em São Miguel do Oeste.

As intimidações foram recebidas por cinco mulheres parlamentares de Santa Catarina: as vereadoras Maria Tereza Capra (PT), de São Miguel do Oeste, Carla Ayres (PT), de Florianópolis, Giovana Mondardo (PCdoB), de Criciúma, Ana Lucia Martins (PT), de Joinville e Marlina Oliveira, de Brusque.

Além das ameaças de morte, as vereadoras foram alvo de ataques racistas e homofóbicos, todos denunciados à Policia Civil. O processo é decorrente das manifestações da parlamentar contra supostos gestos nazistas praticados em eventos antidemocráticos no município, logo após as Eleições de outubro de 2022.

Originalmente publicado no Site Oficial do Partido dos Trabalhadores (PT)

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