“Via o trabalho dele como apartidário”: Dinho Ouro Preto se junta ao clube dos desiludidos com Moro

Atualizado em 19 de abril de 2019 às 22:04
Moro e Dinho Ouro Preto

Dinho Ouro Preto, 54 anos, cantor do Capital Inicial, o homem que mais fala “cara” no planeta, é a nova viúva de Sergio Moro, clube que inclui o cineasta José Padilha.

Em entrevista ao El Pais, Dinho falou o seguinte:

P. Você já puxou coro contra políticos como Lula, Dilma, Aécio e Temer em shows do Capital, antes de tocar Que País é Esse. Pretende manter o tom crítico ao Governo Bolsonaro?

R. Sem dúvida. Discordo de muita coisa do Governo Bolsonaro, principalmente do núcleo ligado ao Olavo de Carvalho. Estou de acordo com parte da agenda do Paulo Guedes [ministro da Economia]. As contas precisam bater. Mas as reformas econômicas não são suficientes para incluir as dezenas de milhões de excluídos. 

Em relação ao Sergio Moro, eu o conheci. Ele foi a um show do Capital em Curitiba, antes da condenação do Lula. Eu disse no palco que ele estava presente e o lugar veio abaixo, todo mundo aplaudiu. Depois conversamos no camarim.

Eu via o trabalho dele na Lava Jato como apartidário.

Tinha a impressão de que estavam investigando geral, do Lula ao Beto Richa, passando pela cúpula do MDB. Mas o Moro não deveria ter aceitado o cargo de ministro. Soou como se ele tivesse uma agenda em comum com o Bolsonaro.

Em junho de 2016, o então juiz foi ao show do Capital em Curitiba e ficou num camarote.

Dinho dedicou-lhe a insuportável “Que País É Esse?”, da Legião Urbana, que virou hino coxa.

Moro se levantou para agradecer os aplausos da audiência (veja no pé deste artigo).

Findo o concerto, Dinho fez uma foto com o então ídolo e escreveu que conversou “com ele, sua mulher e seus amigos”.

“O cara foi muito simpático e acessível. Acredito que o que ele está fazendo é importante pro nosso país”, afirmou.

Uma hora a pessoa precisa sair da adolescência.