Viaturas da GCM avançam sobre multidão em ato contra PEC da Blindagem

Atualizado em 21 de setembro de 2025 às 20:12
Viatura da GCM na Av. Paulista, durante manifestação contra a anistia. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

A manifestação contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, na Avenida Paulista, foi marcada neste domingo (21) pela ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo. Sob comando do prefeito Ricardo Nunes (MDB), viaturas e motos da corporação avançaram com sirenes ligadas em meio à multidão e agentes usaram spray de pimenta, mesmo com ruas paralelas liberadas para o tráfego.

O protesto reuniu 42,4 mil pessoas em seu auge, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP). O cálculo foi realizado pelo Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, a partir de imagens aéreas e softwares de inteligência artificial. O público estimado variou entre 37,3 mil e 47,5 mil manifestantes dentro da margem de erro.

Com esse número, o ato é considerado um dos maiores já realizados na capital desde o início da tramitação da PEC. A proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados, é alvo de críticas por dificultar a abertura de processos contra parlamentares e por ampliar a blindagem a envolvidos em irregularidades.

Além da pauta política, a Avenida Paulista se transformou em palco de música, discursos e blocos culturais, reforçando o caráter popular da mobilização. Cartazes, bandeiras e canções destacaram a oposição às propostas em análise no Congresso.

Entre os parlamentares presentes, estiveram a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP). Ambos ressaltaram que a pressão das ruas é essencial para barrar a PEC no Senado e impedir tentativas de anistiar golpistas.

Nos momentos de maior tensão, o jornalista Chico Pinheiro registrou em vídeo a ação da GCM. “Estão jogando os carros e motos para tentar causar tumulto e tirar o brilho dessa festa democrática que a esquerda está fazendo”, disse o comunicador, ao denunciar o movimento da corporação contra o público reunido na Paulista.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.