Vice-secretário dos EUA ataca Moraes e critica prisão domiciliar de Bolsonaro: “Ditadura judicial”

Atualizado em 5 de agosto de 2025 às 11:08
O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau. Foto: Reprodução

O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, usou as redes sociais para criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Os impulsos orwellianos desenfreados do ministro (Alexandre de Moraes) estão arrastando sua Corte e seu país para o território desconhecido de uma ditadura judicial”, escreveu Landau no X.

O termo “orwelliano” faz referência a regimes autoritários com controle extremo do Estado, conceito popularizado pelo escritor George Orwell.

A prisão domiciliar foi determinada por Moraes após Bolsonaro participar, por videochamada, de uma manifestação que pedia o impeachment do próprio magistrado, no último domingo (3).

O norte-americano reagiu: “Seu suposto crime? Aparentemente, criticar o ministro Moraes, o que o ministro agora convenientemente caracteriza como uma ‘obstrução da Justiça’”. E completou: “Um dos desafios de ser um funcionário público é que suas ações estão sujeitas a críticas. Isso faz parte do contexto, e você tem que esperar por isso. Aparentemente, ninguém contou isso ao ministro Moraes”.

Landau ocupa a vice-secretaria do Departamento de Estado americano, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

A pasta, atualmente sob o comando de Marco Rubio, divulgou nota na qual classifica Moraes como um “violador de direitos humanos” e afirma que a prisão de Bolsonaro representa uma violação do direito de defesa do ex-presidente, réu por tentativa de golpe de Estado.

Moraes já havia sido alvo de sanções do governo de Donald Trump em 30 de julho, por meio da Lei Magnitsky — legislação que prevê punições a indivíduos acusados de violações graves dos direitos humanos, como tortura, assassinatos e tráfico de pessoas. Além dele, outros sete ministros do STF tiveram seus vistos para os Estados Unidos suspensos.