Vicente Santini foi denunciado por ajudar Allan dos Santos. O secretário Nacional de Justiça é acusado de prevaricação por manobra para evitar extradição do blogueiro bolsonarista. Kim Kataguiri apresentou notícia-crime ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo que seja investigada sua conduta.
Santini teria usado o cargo para retardar o cumprimento da ordem de Alexandre de Moraes, que pediu a extradição do blogueiro. O secretário contribuiu para que Allan permanecesse foragido.
“Evidentemente, o fato é gravíssimo. Um agente público do Poder Executivo não pode retardar o cumprimento de ordem emanada do Poder Judiciário. No caso, entende-se que o que motivou o secretário de Justiça a agir desta forma foi o intuito de satisfazer um interesse pessoal, de lealdade com o presidente da República e com Allan dos Santos”, diz o documento apresentado pelo parlamentar.
Após a determinação do magistrado, Santini pediu os documentos da extradição à delegada da Polícia Federal responsável pelo caso. O ministro da Justiça, Anderson Torres, contava que o trâmite seria passado para ele. A delegada Amélia Fonseca, entretanto, foi mais rápida e enviou a ordem de Moraes para os Estados Unidos, antes mesmo da solicitação do secretário.
Quem é Vicente Santini
Vicente Santini é amigo da família Bolsonaro. Ficou conhecido após fazer voo exclusivo em jatinho da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Índia. Foi destituído da secretaria-executiva da Casa Civil e posteriormente recontratado após pressão dos filhos do presidente.
Depois disso, voltou ao governo para assumir o cargo de assessor especial do ministro do Meio Ambiente, à época Ricardo Salles, em setembro do ano passado. Voltou à Casa Civil, como secretário-adjunto da pasta. Depois disso, cresceu e se tornou o “número dois” da pasta. Em agosto deste ano, foi nomeado secretário Nacional de Justiça.
Santini e a mulher, Mariana Flores Caetano ostentam vida de luxo no Facebook e têm intimidade com o clã presidencial. Ele é irmão do Tenente Santini, vereador em Campinas (SP) que lidera a ala mais agressiva da Rota. Também é filho de Nelson Santini Júnior, general morto em 2015.
Nas redes sociais, aparecia em churrascos com os filhos de Bolsonaro e outros aliados, como os irmãos Weintraub. Após seu nome virar notícia, ele e a esposa apagaram seus perfis nas redes sociais.
Antes de assumir cargo público, foi sócio de um escritório de advocacia em Brasília. Trabalhou entre 2007 e 2012 no Ministério da Defesa.
Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link