VÍDEO: A dificuldade de Constantino em aceitar a falha de sua estratégia contra o Brasil

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 16:09
Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino publicou no X, antigo Twitter, uma mensagem em que diz que “o cara peitou o Elon Musk, peitou o Donald Trump, e venceu”, e emenda que “o psicopata é corajoso e forte”, além de afirmar que “a ditadura se consolida” e terminar com “apague a luz o último que sair”. No texto do post, ele não cita nominalmente quem seria “o cara”, mas usa o comentário como reação ao recuo dos EUA na Lei Magnitsky.

Depois, em sua live transmitida há cerca de 22 horas, Constantino retomou o tema ao falar da “revogação da lei Magnitsky”. Nesse trecho, ele diz que “tem que tirar o chapéu” e descreve o personagem como “corajoso”, “psicopata” e “poderoso”, conectando a fala ao episódio envolvendo Elon Musk e decisões no Brasil relacionadas ao X.

Na sequência da live, ele nomeia Alexandre de Moraes e afirma literalmente: “O Alexandre Moraes venceu”. A explicação que ele dá é que Musk teria sido incluído em inquérito e multado, e que, mesmo após Trump ter aplicado a sanção da Magnitsky contra Moraes, a medida acabou revogada “poucos meses depois”.

Ainda na mesma linha, Constantino diz que a Magnitsky seria um instrumento voltado a casos graves, como abusos de direitos humanos e prisões políticas, e avalia que a revogação “desmoraliza” a lei. Ele também menciona a justificativa ligada à “aprovação da dosimetria” e afirma que, na leitura dele, isso “não cola” e não indicaria normalização institucional. Veja o vídeo:

https://x.com/natanae08460872/status/1999899996292821287?s=12&t=BQwbELix1GYPIG_j-MQIiw

No trecho, ele diz que a dosimetria seria um “alívio imediato” para pessoas presas e cita a possibilidade de alguém sair e passar um Natal em família, ainda que “talvez não esse, o próximo”. Ele também afirma que não criticará parlamentares de direita que votaram a favor por entender que “não tinha mais nada na mesa”.

Na avaliação apresentada, Constantino diz que Trump “nos abandonou” e atribui isso à lógica de interesses do presidente americano, citando a eleição de meio de mandato e a prioridade da agenda interna dos EUA. Ele também afirma que Trump teria esperado apoio das elites brasileiras e não teria visto esse reforço.

O golpista levanta hipóteses sobre o que poderia estar por trás de um eventual acordo, citando, como possibilidades, terras raras, afastamento da China, combate ao crime organizado na parte financeira e medidas que beneficiariam grandes empresas de tecnologia. No mesmo bloco, ele diz que não acredita que Lula vá entregar “tudo isso” e menciona a Venezuela e Nicolás Maduro como parte do tabuleiro geopolítico que, na visão dele, interessaria a Trump.

Mais adiante, Constantino fecha o raciocínio com duas frases diretas: “Lula sai fortalecido” e “Alexandre de Moraes sai invencível”. Ou seja, na fala dele, Moraes é o personagem do embate direto com Musk e Trump, enquanto Lula aparece como quem se fortalece politicamente com o desfecho da revogação.

Entreguismo 

Ao tratar a conspiração aberta de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo contra o próprio país como se fosse uma estratégia legítima, Constantino naturaliza um comportamento entreguista que aposta no constrangimento internacional do Brasil como ferramenta política.

A tentativa de pressionar os Estados Unidos a punirem instituições brasileiras, apresentada por ele como coragem ou cálculo geopolítico, foi um movimento explícito de sabotagem externa, que fracassou e deixou seus articuladores politicamente isolados.

Ao mesmo tempo, soa contraditório que Constantino ataque de forma recorrente as chamadas elites brasileiras enquanto deposita expectativa e frustração nas decisões de Trump, Musk ou do sistema político americano, transferindo para fora aquilo que ele diz combater internamente.

O discurso termina revelando menos uma análise consistente e mais uma dificuldade em aceitar que a estratégia de subordinação falhou e que, desta vez, não houve potência estrangeira disposta a comprar a narrativa de quem apostou contra o próprio país.