
O advogado Paulo Cunha Bueno, integrante da defesa de Jair Bolsonaro, deixou o plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta (11) logo após a formação de maioria pela condenação do ex-presidente. Ele saiu por volta das 16h10 e confirmou que outro advogado da equipe permaneceria acompanhando a sessão.
O chefe da defesa, o criminalista Celso Vilardi, não compareceu ao julgamento. Ao deixar o prédio da Corte, Bueno decidiu não responder às perguntas dos jornalistas. “Gente, depois eu faço uma coletiva com todos, deixa acabar o julgamento”, afirmou.
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Antes da sessão, o advogado afirmou que vai pedir para que ele cumpra a pena em regime domiciliar. “O presidente Bolsonaro tem uma situação de saúde muito delicada. Não vou antecipar o que acontecerá ou não, mas isso poderá ser levado à mesa em algum momento, sim”, disse.
Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Com a condenação, a Corte agora decidirá se ele vai cumprir pena numa cela especial da Polícia Federal ou na Papuda, em Brasília.
Na sessão desta quinta, a ministra Cármen Lúcia afirmou que há “prova cabal” de que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de promover um golpe de Estado. Para ela, os ataques de 8 de janeiro não podem ser tratados como algo banal.
Com seu voto, a Primeira Turma formou maioria de 3 a 1 pela condenação do ex-presidente. Ele foi responsabilizado por crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Além de Cármen Lúcia, também votaram pela condenação Alexandre de Moraes, relator do processo, e Flávio Dino. Apenas Luiz Fux divergiu, absolvendo Bolsonaro, mas reconhecendo a culpa de Braga Netto e Mauro Cid, que já contam com maioria pela condenação.