
Curtis Yarvin, filósofo, engenheiro de software e ideólogo associado ao movimento MAGA (Make America Great Again) de Donald Trump, detonou Jair Bolsonaro e afirmou que ele era “pequeno demais para o papel que a história lhe concedeu”. Durante entrevista ao Metrópoles, ele disse que a tentativa do ex-presidente de romper sua tornozeleira eletrônica é “uma tragédia, mas também tem um elemento de comédia”.
“Vocês pegaram uma pessoa pequena e o colocaram num papel grande demais. Essa é a minha impressão do que aconteceu aqui com a ‘revolução’ do Bolsonaro”, disse Yarvin. Ele, que tem influência entre magnatas do Vale do Silício e políticos de extrema-direita, ainda zombou do ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
“Foi a mesma coisa do dia 6 de janeiro [de 2021, nos Estados Unidos]. Tinha esse elemento de comédia. As pessoas achavam que estavam participando da queda da Bastilha [em 1789 na Revolução Francesa] ou algo parecido. Era uma energia de queda da Bastilha. E aí, ao final, elas descobriram que nada aconteceu e que todas elas foram fotografadas”, prosseguiu.
Yarvin também apontou a dificuldade dos populistas em “viver na realidade”. Segundo ele, líderes como Bolsonaro falham ao tentar agradar a mentalidade popular sem desenvolver um governo sólido.
“Nós vimos muitos movimentos populistas que basicamente prometiam um novo mundo para os eleitores. Eles diziam, ‘vote em mim e tudo irá mudar, tudo vai ficar melhor’. Aí as pessoas votavam, e nada acontecia. Isso é porque eles não souberam montar um governo efetivo, que realmente sabia o que queria. Muitos desses populistas parecem pensar: ‘bom, o povo vai comandar e eu vou seguir’. Você vê isso com todos os populistas ao redor do mundo na era atual”, acrescentou.
O engenheiro de software ainda diz que esses líderes populistas, no fim, conseguem apenas “resultados desastrosos, e às vezes até cômicos”.
Sobre o apoio de Trump a Bolsonaro, ele avalia que o presidente americano, “ficaria feliz em ver o ex-presidente brasileiro perdoado e fora da cadeia”, mas que isso não reflete em sua posição como político. “Não significa que o apoiem necessariamente enquanto figura política”, completou.
Veja a entrevista: