Na CNN Chile, o jornalista Daniel Matamala detonou Jair e Eduardo, que estão de passagem pelo país.
“De Jair sabemos que disse que Pinochet tinha que matar mais pessoas, que presta homenagem a torturadores e zomba dos familiares de presos e desaparecidos com uma placa dizendo “quem procura osso é cachorro”, além de suas declarações violentas contra mulheres, homossexuais e pessoas de raça negra”, diz ele.
Eis seu comentário:
Chama-se Fórum para a Democracia e é uma nova instância para agrupar a centro-direita latino-americana: 43 organizações, entre partidos políticos e centros de estudo. Um momento propício, considerando que a esquerda da região está seriamente prejudicada por seu apoio ou por sua reação morna à tragédia desencadeada por Nicolás Maduro.
É por isso que também é lógico que entre os convidados estejam dissidentes das ditaduras cubana e venezuelana.
“Populismo, extremismo, também são uma ameaça para a América Latina. Por isso, acreditamos que hoje é um dia fundamental para poder avançar em uma série de compromissos para defender a democracia, defender os direitos humanos”, afirmou o presidente do [partido] Evópoli, Hernán Larraín.
Fala-se de uma nova direita, longe de seu apoio passado a ditadores e comprometida com a democracia.
Mas esse discurso perde valor quando a atenção em Santiago se concentra na chegada de Bolsonaro.
Jair, presidente do Brasil, e seu filho, deputado Eduardo, que foram aplaudidos neste fórum.
Como falar de liberdade, solidariedade e espírito democrático, direitos humanos, elementos importantes nesta cimeira e, ao mesmo tempo, celebrar essas figuras?
De Jair sabemos que disse que Pinochet tinha que matar mais pessoas, que presta homenagem a torturadores e zomba dos familiares de presos e desaparecidos com uma placa dizendo “quem procura osso é cachorro”, além de suas declarações violentas contra mulheres, homossexuais e pessoas de raça negra.
Seu filho Eduardo é o líder para a América Latina do Movimento, o grupo extremista liderado por Steve Bannon, ideólogo das fake news e da supremacia branca, que liderou a campanha de Trump.
Se o Fórum de Santiago realmente quer consolidar uma direita latino-americana comprometida com os valores da democracia e dos direitos humanos, isso é uma ótima notícia para este continente.
Infelizmente, essa atração fatal por Bolsonaro, que representa o oposto desses valores, torna difícil levar essas declarações a sério.