
A participação do senador Rogério Marinho (PL-RN) no programa “Estúdio I”, da Globonews, na última quinta-feira (4), acabou em discussão com a apresentadora Andreia Sadi. O senador defendia o projeto de anistia aos envolvidos nos episódios de 8 de janeiro de 2023 quando o debate se tornou acalorado.
Marinho questionou a proposta atribuída pela apresentadora ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AM), de votar uma anistia apenas para quem participou da invasão, deixando de fora os políticos que estão sendo julgados no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A invasão é o pretexto para ‘linkar’ com o pretenso golpe de estado, que não houve”, disse o senador, afirmando ser impossível separar as duas coisas.
Durante a entrevista foi citada uma reunião de Marinho com o ministro do STF Gilmar Mendes, revelada pelo presidente do PL, partido do senador, em que teria sido dito que a mudança de foro seria oportunismo. “Não me lembro dessa convicção do parlamento discutindo o foro privilegiado quando era o adversário sendo julgado”, ironizou a apresentadora.
“O senhor sabe muito bem que a discussão por mudança de foto, que está sendo feita agora, é oportunismo para salvar o ex-presidente Jair Bolsonaro, é isso que se trata. Houve a mudança no Supremo em 2023 e cada hora os senhores defendem um ponto em causa própria”.
A vida fora dos ambientes controlados do RN não é fácil para o senador Rogério Marinho defender o indefensável. Aqui ele se irritou com a jornalista da Globo News Andrea Sadi. pic.twitter.com/Hy3efTcL53
— Bruno Barreto (@Barreto269) September 4, 2025
Sadi também rebateu a “narrativa”, como definida por ela, de que o STF estaria agindo para tirar Bolsonaro das eleições: “Isso não é verdade. Isso não está em julgamento neste momento. O ex-presidente está inelegível por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, como o senhor também sabe”.
O senador, já irritado, argumentou que a conversa teria sido reservada e que sua opinião era com relação à discussão da anistia, mas lembrando que Bolsonaro é o primeiro ex-presidente julgado por uma turma e não pelo plenário.
“Uma coisa é opinião, outra são os fatos, essa é a sua opinião, houve a mudança do foro privilegiado em 2023 e o senhor sabe muito bem”, disse Sadi. Então, o senador se exaltou: “Não sei muito bem, não. Isso é um vício de quem está entrevistando. Eu sei muito bem o que eu disse. A senhora não pode colocar palavras na minha boca”.
Diante da exaltação do congressista, Andreia Sadi perguntou: “O senhor acabou”?. Em seguida, a entrevista foi encerrada. O líder da Oposição no Senado protagonizou o bate-boca após uma série de divergências com a apresentadora sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de estado.
Marinho havia argumentado que “o sistema quer retirá-lo do processo eleitoral” e que Bolsonaro é “o primeiro ex-presidente, desde 1985, que está sendo julgado direto de uma turma, não é no pleno do tribunal”. A jornalista contestou lembrando que a discussão sobre mudança de foro já havia ocorrido antes do julgamento.