
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reapareceu em suas redes sociais nesta quinta-feira (4) após quatro dias de silêncio. Em vídeo publicado, ele voltou a defender a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem é aliado político. “A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país”, escreveu.
Durante a semana, o governador esteve em Brasília em reuniões reservadas com líderes partidários para articular o avanço da proposta de anistia no Congresso Nacional. Nenhum compromisso oficial foi divulgado em sua agenda na quarta-feira (3). A ausência gerou críticas da oposição em São Paulo, que acusou Tarcísio de priorizar interesses ligados a Bolsonaro. O Palácio dos Bandeirantes não respondeu sobre as atividades mantidas em sigilo.
No vídeo publicado, Tarcísio resgatou exemplos históricos de anistia no Brasil. Ele citou medidas adotadas no período colonial, regencial e imperial, além de perdões concedidos por presidentes como Prudente de Morais, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Também mencionou a Lei da Anistia de 1979, que beneficiou envolvidos em crimes políticos cometidos durante a ditadura militar.
A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país. pic.twitter.com/5DsigFWTZ2
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) September 4, 2025
“E por que não dar anistia agora? Pedir anistia não é uma heresia. A anistia, para essas pessoas, é o reencontro com a liberdade, a justiça e a esperança”, declarou o governador, reforçando a defesa do perdão aos acusados. A manifestação ocorreu em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da chamada trama golpista.
Na abertura da análise do caso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”. O discurso foi interpretado como um recado contra qualquer tentativa de anistia a Bolsonaro e seus aliados. O julgamento, iniciado na terça-feira (2), deve se estender pelas próximas sessões da Corte.
Tarcísio é apontado como possível sucessor político de Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Oficialmente, ele declara que pretende disputar a reeleição em São Paulo, mas já afirmou que, caso chegue à Presidência, seu primeiro ato seria conceder indulto ao ex-presidente. A posição do governador enfrenta resistência dentro do próprio bolsonarismo, incluindo críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).