Durante uma edição recente do Em Pauta, da GloboNews, um debate acalorado tomou conta da bancada ao abordar a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O economista Joel Pinheiro da Fonseca iniciou o comentário dizendo que, diante da “ineficácia” da diplomacia oficial brasileira, é compreensível que outras figuras políticas tentem atuar em espaços paralelos de negociação.
O jornalista Marcelo Cosme interrompeu, afirmando que diplomacia deve ocorrer entre países e não entre estados, mesmo reconhecendo a relevância de São Paulo. Foi então que o cientista político Demétrio Magnoli interveio, explicando que o fenômeno é conhecido como “paradiplomacia” e que ele é comum entre entidades subnacionais ao redor do mundo, incluindo cidades como São Paulo com representações internacionais.
O clima esquentou quando Cosme interpretou mal uma fala de Demétrio, achando que ele o mandara parar de falar. A confusão foi logo esclarecida, mas deu o tom da tensão entre os comentaristas. Magnoli reiterou que o problema não está no uso da paradiplomacia em si, mas no fato de Tarcísio supostamente utilizá-la para se distanciar de seu passado político ligado a Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Segundo Magnoli, Tarcísio estaria tentando apagar sua associação com o bolsonarismo, simbolizada inclusive pelo uso do boné da campanha “Make America Great Again”, de Trump. Para o comentarista, o governador estaria apenas simulando uma atuação diplomática para fins de reposicionamento político, o que tornaria sua postura menos legítima do ponto de vista institucional.
Os ânimos exaltados no #EmPauta pic.twitter.com/nE88EE2qGl
— tulio (@tulio) July 19, 2025