
Em entrevista à GloboNews, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que o “8 de janeiro foi só a face mais visível da tentativa de golpe”, e que acredita que o presidente norte-americano Donald Trump só soube do que houve nesta data, e não que existiu um plano para, de fato, assassinar o presidente Lula.
“Eu acho que [para o Trump] prevaleceu a narrativa de que havia uma perseguição política e uma caça às bruxas. E houve uma identificação do presidente americano com o 8 de janeiro aqui e o 6 de janeiro lá, 1 ano antes. Mas aqui não foi só o 8 de janeiro”, explica Barroso.
“Havia um plano para matar o presidente, o vice-presidente e o ministro do Supremo. Estava lá escrito, impresso, levado ao Palácio. Estava lá, muito claramente documentado, que o presidente [Bolsonaro] mandou mudar o relatório das Forças Armadas depois das eleições, para insinuar que houve fraude. Por que é que alguém, depois das eleições, quer mudar um relatório que diz que não houve fraude? Boa intenção, evidentemente não era.”, continuou.
O ministro também cita os incentivos bolsonaristas aos acampamentos golpistas nas portas dos quartéis pedindo a destituição do presidente eleito como alguns dos atos alarmantes que, nas entrelinhas, também já denunciavam a intenção golpista da extrema-direita.
Aqui o Barroso foi preciso. O 8 de janeiro foi só a face mais visível da tentativa de golpe. Por trás daquilo tudo, existia todo um plano de causar perturbação civil como justificativa pra um golpe militar que terminaria com a morte de autoridades.pic.twitter.com/Va3XNRmOKc
— Reimont (@Reimont) September 29, 2025
“O 8 de janeiro foi a face mais visível daquela tentativa de golpe, talvez os estertores da tentativa de golpe. Eu tenho a impressão, e eu sempre acredito na boa fé das pessoas, que o presidente Trump só teve a informação do 8 de janeiro. Ele não soube que houve uma tentativa para assassinar o presidente da república”, explica.