
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) foi uma das primeiras aliadas a se manifestar publicamente após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na manhã deste sábado (22) em Brasília. Em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde Bolsonaro está detido, Kicis classificou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma medida sem base jurídica e resultado de “perseguição política”, quando foi interrompida por fogos de artifício em comemoração à prisão.
Segundo a deputada, a notícia da prisão chegou enquanto ela se dirigia a uma missa. “O presidente Bolsonaro é inocente. O processo não teve prova nenhuma. Esse sim é o verdadeiro golpe”, afirmou.
Bia Kicis conversou com jornalistas diante da sede da PF e reafirmou apoio ao ex-presidente, dizendo que sua presença era também um gesto dirigido à militância bolsonarista. “Quero mostrar para o presidente Bolsonaro, para a família Bolsonaro e para o Brasil que eu estou firme com o Bolsonaro”, declarou.
Durante a entrevista, fogos de artifício foram lançados por adversários do ex-presidente, cena que incomodou a parlamentar. “Você vê pessoas ainda comemorando tanta injustiça… É isso aí, tem gente para tudo mesmo”, disse. Em outro momento, ela classificou a prisão como “uma perseguição política de extrema injustiça”, afirmando que se tratava de um “tapa na cara” dos brasileiros que “querem Justiça e lutam pela verdade”.
🇧🇷 Fogos de artifício atrapalham fala da deputada Bia Kicis, aliada de Jair Bolsonaro, em frente à Superintendência da PF, onde o ex-presidente está preso.
— Eixo Político (@eixopolitico) November 22, 2025
Kicis negou também um dos pontos centrais da decisão de Moraes: a suposta tentativa de Bolsonaro de violar a tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado. Segundo a parlamentar, essa acusação não procede e faz parte de um conjunto de medidas “ilegais” impostas ao ex-presidente.
“Estão colocando em risco a vida do presidente, que é um homem inocente”, declarou, mencionando o estado de saúde debilitado do ex-chefe do Executivo.
A prisão preventiva, decretada por Moraes após pedido da Polícia Federal, não representa o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado.
A medida é cautelar e foi fundamentada por Moraes no risco de fuga, agravado pela violação da tornozeleira e pela convocação de uma vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo o ministro, o ato poderia gerar tumulto e comprometer a fiscalização das medidas judiciais, além de facilitar eventual evasão.