
O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou o X (antigo Twitter) nesta quarta-feira (20) para resgatar um vídeo de 2019 em que um youtuber de esquerda incita o seu assassinato e de sua família. Essa foi a primeira manifestação pública de Bolsonaro após a operação da Polícia Federal (PF) que, no dia anterior, prendeu quatro militares acusados de planejar a morte do ministro do STF Alexandre de Moraes, do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
A operação da PF revelou que os militares, ligados ao governo Bolsonaro, teriam elaborado planos de assassinato em dezembro de 2022. Segundo os investigadores, uma tentativa contra Moraes chegou a ser colocada em prática, mas foi abortada de última hora.
A trama, conforme a PF, reforça provas sobre a participação dele, seus aliados e militares em discussões sobre um golpe para impedir a posse de Lula. Bolsonaro, no entanto, permaneceu em silêncio sobre o caso e optou por trazer à tona o vídeo de 2019.
O vídeo publicado por Bolsonaro no X mostra o youtuber Vinícius Guerreiro, conhecido como Vina Guerreiro, incitando a esquerda a “comprar armamento” e montar um plano para assassinar Bolsonaro e seus três filhos mais velhos: Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro. Na gravação, Vina afirma: “Esse cara tem que ser assassinado.”
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 20, 2024
Dias após a publicação original, o então ministro da Justiça Sergio Moro determinou a abertura de um inquérito contra Guerreiro por incitação à violência e calúnia contra o presidente, com base na antiga Lei de Segurança Nacional. Apesar da repercussão, Vina Guerreiro declarou-se arrependido na época.
“Estou com medo e arrependido. Foi um arroubo, um exagero. Eu não tenho nenhuma vontade ou ideia de assassinar o presidente,” disse ele em entrevista ao Estadão em 2019.
Enquanto o caso de Vina Guerreiro envolveu incitação à violência, os crimes atribuídos aos militares presos pela PF são mais graves: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Essas acusações estão previstas no Código Penal desde 2021, após a revogação da Lei de Segurança Nacional, que vigorava desde a ditadura militar.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comentou a operação da PF e minimizou as acusações contra os militares. “Pensar em matar alguém não é crime,” disse ele no Senado.
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