O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou pesar pelo assassinato brutal de três médicos no Rio de Janeiro durante a madrugada de quinta-feira (5). No entanto, ele não perdeu a oportunidade de fazer uma declaração polêmica ao destacar que, em sua visão, a crescente criminalidade no Brasil está relacionada à suposta “proximidade do governo com a bandidagem”.
Ao desembarcar em Belo Horizonte nesta sexta-feira (6), o ex-presidente, com relações de longas datas com milicianos como Ronnie Lessa, acusado de assassinar Marielle Franco, em 2018, comentou a situação da segurança pública no Rio de Janeiro, mencionando sua antiga residência próxima ao local do crime.
“Eu morei ali do lado, no condomínio, por muito tempo. No Rio de Janeiro, assim como no Brasil todo, a criminalidade tem crescido, porque o atual governo tem uma proximidade muito grande com a bandidagem. Por ocasião das eleições, o único local que ele (Lula) foi aplaudido foi nos presídios”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente também fez uma ironia em relação ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, com quem seus aliados têm tido confrontos no Congresso Nacional. Bolsonaro fez comentários sobre a aparência física do ministro, sugerindo que sua coragem para lidar com áreas afetadas pelo tráfico de drogas está relacionada à suposta afinidade da esquerda com os problemas do país.
“É um homem de muita coragem, pelo tamanho que ele tem, pelo volume corporal que ele tem, de entrar em regiões conflagradas pelo tráfico sem qualquer proteção do estado. Isso comprova a proximidade da esquerda no Brasil com o que há de errado no nosso país. Lamentamos o passamento dos três médicos, que salvem o quarto. Perdemos e muito com essas ações, a bandidagem sabe que eles serão dificilmente alcançados”, completou Bolsonaro.
As vítimas do ataque foram Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida, que morreram no local, e Daniel Sonnewend Proença, que sobreviveu. Eles foram ao Rio de Janeiro para participarem de um congresso internacional de ortopedia, área da qual eram especialistas.
Apesar de seguir a hipótese de crime político, uma vez que Sâmia é constantemente ameaçada pelo enfrentamento aos políticos de extrema-direita, a principal linha investigativa é de que os médicos foram vítimas de uma execução encomendada, mas por engano. A polícia suspeita que o alvo original era Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, líder de uma milícia que atua na Zona Oeste do RJ. O miliciano é muito parecido com Perseu, uma das vítimas.
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