VÍDEO: Bolsonaro viajou para aglomerar em data limite para fechar acordo por vacinas da OMS

Atualizado em 28 de julho de 2021 às 9:58
Bolsonaro provoca aglomeração em Sinop, no Mato Grosso
Imagem: Reprodução/Facebook

Na data limite para aderir ao consórcio Covax Facility para que o governo confirmasse sua participação no acordo, Jair Bolsonaro decidiu viajar para Sinop (MT) e receber uma homenagem, aglomerado com apoiadores.

O prazo acabaria em 18 de setembro de 2020, data em que o presidente privilegiou sua viagem para ficar com o gado.

Em reunião interministerial no dia anterior (17), funcionários do governo disseram que não havia “previsão de agenda” para apreciar o acordo.

“Ele conhece a iniciativa, mas evidentemente que toda a repercussão jurídica, política e financeira do tema aqui exige um tempo de maturação com o presidente. Eu perguntei ao Pedro [Marques, então chefe de gabinete de Bolsonaro] se tinha algum despacho marcado para tratar do tema e não está previsto”, disse um funcionário, Humberto Moura, subchefe adjunto executivo de Assuntos Jurídicos da Presidência.

O Itamaraty solicitou uma extensão do prazo ao consórcio, mas, no dia seguinte, Nilo Dytz, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em Genebra, disse ao governo que a data seria mantida.

Caso houvesse confirmação da adesão ao Covax Facility, o governo teria até o dia 25 de setembro para assinar o contrato.

Na mesma reunião, técnicos do governo tentavam trabalhar numa medida provisória que liberaria a adesão, mas questionaram “qual a chance” do documento ser assinado até o dia seguinte.

Mas assessores do presidente apontaram que a decisão só seria tomada no fim do dia.

No fim das contas, o governo brasileiro foi um dos últimos a aderir ao consórcio da OMS e acabou optando pelo número mínimo de vacinas: o suficiente para apenas 10% da população.

Ele poderia ter escolhido contratar doses para imunizar metade do país.

Com informações da revista Crusoé.