VÍDEO – Boulos toma posse e pede silêncio por vítimas de chacina

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 19:14
Posse do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

Guilherme Boulos (PSOL) tomou posse como ministro da Secretaria-Geral da Presidência nesta quarta-feira (29), em Brasília, e pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da operação policial no Rio de Janeiro. No discurso, afirmou que não haverá diálogo com quem “ataca a democracia” e que sua missão é “colocar o governo na rua”, com foco em agendas pelo país.

Boulos mencionou a origem financeira do crime organizado e citou a operação “Carbono Oculto”, da Polícia Federal, ao falar sobre lavagem de dinheiro no mercado. Ele também defendeu a revisão da escala 6×1 de trabalho. Segundo o novo ministro, a Secretaria-Geral deve intensificar a interlocução com movimentos sociais e com trabalhadores de aplicativos, motoristas e pequenos empreendedores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia, mas não falou sobre a operação no Rio, que registrou mais de cem mortos segundo números oficiais divulgados nesta quarta (29). Integrantes do governo avaliaram a possibilidade de adiar a posse em razão do episódio, mas a solenidade foi mantida no Palácio do Planalto.

A cerimônia reuniu ministros como Fernando Haddad, Alexandre Silveira, Mauro Vieira, Marina Silva e Simone Tebet, além do vice-presidente Geraldo Alckmin. Também estiveram presentes o ministro do STF Gilmar Mendes, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e lideranças de movimentos sociais. Boulos substitui Márcio Macêdo no comando da pasta.

Enquanto ocorria a posse, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, seguiram para o Rio para tratar da operação. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, tem ida ao estado prevista para quinta-feira (30). Segundo o governo do Rio, o balanço de mortos foi atualizado ao longo do dia.

De acordo com auxiliares, Boulos deve percorrer capitais e periferias em agendas oficiais e não pretende disputar a reeleição à Câmara em 2026 para atuar na campanha de Lula. Com a mudança, o PSOL passa a ter dois ministros no governo federal, ao lado de Sônia Guajajara, titular de “Povos Indígenas”.