
Em seu discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça (23), o presidente Lula abordou a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que “o Brasil deu recado a candidatos autocratas”. Seu antecessor foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma trama golpista em 2022, quando foi derrotado nas eleições.
“Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade. Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou.
Lula detalhou o processo que levou à condenação de Bolsonaro, lembrando que ele foi “investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso”. O presidente também enfatizou que o ex-mandatário teve “amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam a suas vítimas”.
O petista afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou que “nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis” com o julgamento de Bolsonaro. “Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, prosseguiu.
A Assembleia Geral da ONU é o evento principal das Nações Unidas e reúne os líderes dos 193 países membros. Tradicionalmente, o Brasil abre os debates, e este ano, a 80ª edição da Assembleia teve a presença de Lula, que defendeu a soberania nacional e a resistência do país, apesar das adversidades enfrentadas.
Lula cita condenação de Bolsonaro em discurso na ONU https://t.co/I5QKln9wk8 #g1 pic.twitter.com/Ex4w4Ab5Qw
— g1 (@g1) September 23, 2025
Durante o discurso, o presidente também se posicionou sobre a regulação das redes sociais. Segundo Lula, os ataques às medidas de controle das plataformas visam “encobrir interesses escusos”, apontando que alguns países ou grupos tentam desestabilizar o Brasil.
“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais”, acrescentou, citando os ataques e sanções dos Estados Unidos.
Embora não tenha mencionado diretamente o país, ele disse que “não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia”.
Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias”, completou.