
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a primeira-dama da França, Brigitte Macron, chamando feministas de “vadias sujas” nos bastidores de um espetáculo em Paris. A fala foi registrada depois de um protesto que havia interrompido uma apresentação do comediante Ary Abittan na capital francesa.
De acordo com o jornal inglês Daily Mail, a frase foi dita no dia seguinte a um ato organizado pelo coletivo #NousToutes, que interrompeu um show de Abittan, absolvido em janeiro deste ano após a Justiça arquivar uma acusação de estupro movida por uma ex-namorada.
Na noite de sábado (6), quatro militantes mascaradas invadiram a plateia do teatro Folies Bergère, gritaram “Abittan, estuprador!” e exibiram máscaras com o rosto do artista. No domingo (7), Brigitte Macron assistiu à mesma apresentação ao lado da filha, Tiphaine Auzière.
O vídeo, divulgado pela revista Public, mostra a primeira-dama conversando com Ary Abittan nos bastidores. Em determinado momento, o comediante afirma estar “com medo”. Brigitte Macron responde: “Se houver alguma vadia imunda, nós a expulsaremos, especialmente bandidos mascarados.”
🔴 INSOLITE – Face au scandale provoqué par cette vidéo où Brigitte Macron soutient vulgairement Ary Abittan, le tabloïd Public a décidé de la retirer de ses contenus pour ménager l’image de Brigitte.
Il convient donc de la relayer un maximum. pic.twitter.com/kSBi2BoeAZ
— Gabriel de Varenne (@G_deVarenne) December 8, 2025
A declaração repercutiu imediatamente e gerou críticas de parlamentares da oposição, como a deputada Sarah Legrain, que acusaram a primeira-dama de atacar mulheres que protestavam contra a volta de Abittan aos palcos.
Em nota, o gabinete de Brigitte Macron afirmou que as palavras da primeira-dama eram uma crítica aos “métodos radicais” das ativistas. O texto também diz que Brigitte “não aprova interrupções destinadas a impedir um artista de se apresentar”, em referência à ação do coletivo feminista no teatro em Paris.
O caso acontece em meio a uma onda de ataques virtuais direcionados à própria Brigitte Macron. Em Paris, sete pessoas — uma mulher e seis homens — foram levadas a julgamento sob acusação de assédio on-line, após propagarem teorias conspiratórias que alegavam, de forma falsa, que a primeira-dama “nasceu homem” e seria “pedófila”.