VÍDEO – Castro chama massacre no Rio de “sucesso” e diz que “só policiais foram vítimas”

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 12:52
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), durante coletiva de imprensa nesta quarta (28). Foto: Matheus Maciel/CBN

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta (29) que tem “total tranquilidade” em defender a megaoperação policial contra o Comando Vermelho realizada nos complexos do Alemão e da Penha. Durante coletiva de imprensa, ele afirmou que apenas quatro das vítimas eram inocentes: os quatro policiais mortos.

“Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais”, afirmou.

A ação, que deixou 132 mortos, segundo a Defensoria Pública do estado, foi classificada pelo governador como um “sucesso” e resultado de mais de um ano de investigações. O governo do Rio de Janeiro só confirmou oficialmente 58 mortes, sendo 54 suspeitos e quatro policiais.

Castro disse que os tiroteios ocorreram “em áreas de mata, e não em regiões edificadas”, o que, segundo ele, comprova que as vítimas fatais eram ligadas ao crime. “Não creio que estivesse alguém passeando na mata em um dia de conflito e, por isso, a gente pode tranquilamente classificar [os mortos como criminosos]”, afirmou.

Ele ainda disse que eventuais erros na operação seriam “residuais, irrisórios”.

Na manhã seguinte à operação, o Rio amanheceu com dezenas de corpos alinhados nas ruas da Penha, em imagens que chocaram o país. Segundo veículos de imprensa e relatos de moradores, mais de 130 corpos foram retirados da região.

O governador não explicou o motivo da divergência entre o número de mortos anunciado e o balanço posterior. Também evitou comentar o relato de moradores que deixaram 64 corpos na Praça São Lucas, no Complexo da Penha, durante a madrugada.

“Temos que ser muito responsáveis. A nossa contabilidade começa quando os corpos entram no IML. A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Não vamos entrar em guerra de números”, declarou.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.