
Nesta terça (16), durante a Operação Igapó, a Polícia Federal encontrou celulares arremessados pela janela no apartamento funcional do deputado federal Antônio Leocádio dos Santos (MDB-PA), conhecido como Antônio Doido. A operação faz parte de uma investigação sobre um possível esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Os celulares foram localizados na área externa do prédio, logo após os agentes chegarem para cumprir o mandado de busca e apreensão. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) através de decisão do ministro Flávio Dino, relator do caso.
Dino apontou que havia indícios robustos de crimes em andamento e que a apreensão de dispositivos eletrônicos era fundamental para o avanço das investigações. Segundo o magistrado, devido à complexidade do esquema investigado, havia risco de destruição ou ocultação de provas.
Além dos celulares, os agentes encontraram dinheiro em espécie dentro do apartamento de Antônio Doido. A decisão de Dino autoriza a apreensão de dispositivos como celulares, computadores e mídias digitais, além de permitir a quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos. Isso inclui acesso às informações armazenadas na nuvem, visando reconstruir as comunicações e fluxos financeiros entre os envolvidos.
O relator também disse que a investigação aponta para a continuidade das práticas criminosas e a existência de uma organização criminosa com grande poder econômico. Esse aparato estruturado teria a capacidade de dificultar a coleta de provas, tornando necessárias as medidas cautelares adotadas, como a apreensão de dispositivos e a quebra de sigilo.
A Operação Igapó está investigando uma organização criminosa que teria desviado recursos públicos, em especial emendas parlamentares e verbas estaduais, através de fraudes em processos licitatórios. Os valores desviados eram utilizados para pagamentos ilícitos e para a ocultação de patrimônio.
Além das apreensões realizadas, a decisão do STF também cita prisões em flagrante de pessoas ligadas ao parlamentar, que já haviam sido flagradas com grandes quantias de dinheiro vivo.